A Apple está a eliminar gradualmente os planos fixos do AppleCare+, o seu programa de proteção para dispositivos, para adotar um modelo exclusivo de subscrição mensal. A decisão, confirmada através de fontes internas citadas pelo jornalista Mark Gurman, representa uma mudança estrutural na política de garantias da marca.
A partir de agora, os utilizadores só poderão optar por pagar mensalmente para manter a cobertura do AppleCare+. Os revendedores autorizados já não oferecem planos pré-pagos de um ou dois anos, e espera-se que a Apple remova estas opções também do seu site oficial em breve.
Principais diferenças em relação ao modelo anterior:
- O AppleCare padrão (incluído na compra) mantém-se: 1 ano de garantia contra defeitos de fabrico e 90 dias de suporte técnico gratuito;
- O AppleCare+ acrescenta cobertura para danos acidentais (como ecrãs partidos), degradação da bateria abaixo de 80% e acesso prioritário a assistência 24/7;
- A versão com proteção contra roubo ou perda continua disponível, mas apenas em formato de subscrição contínua.
Quais os dispositivos abrangidos?
O serviço aplica-se a:
- iPhone, iPad e Mac
- Apple Watch e Apple Vision Pro
- Monitores da marca (como o Pro Display XDR)
Os acessórios como AirTag, Apple Pencil, teclados e ratos mantêm-se excluídos da proteção estendida.

Impacto financeiro para os utilizadores
A transição para subscrição mensal representa um custo adicional para os consumidores, embora beneficie claramente a estratégia de receitas da Apple. Tomando como exemplo o iPhone 16 Pro, o plano anterior de dois anos com cobertura total custava 139,99 € anuais — o equivalente a cerca de 11,67 € por mês. Com a nova modalidade, o valor sobe para 13,99 € mensais, um aumento médio de 20% face ao modelo pré-pago.
Documentos internos da empresa, citados por fontes próximas ao processo, indicam que a mudança permite “ajustes dinâmicos de preços conforme as necessidades de mercado”. Contudo, analistas independentes alertam que a eliminação da opção antecipada obriga os utilizadores a pagamentos perpétuos – mesmo após a desvalorização natural do dispositivo —, tornando o serviço até 48% mais caro ao longo de três anos. Para compensar, a Apple argumenta que a subscrição contínua garante “proteção ilimitada sem preocupações com prazos de renovação”.
O que precisas de fazer?
Se tens um dispositivo Apple comprado recentemente:
- Verifica no site da Apple se ainda está disponível o plano pré-pago para o teu modelo;
- Compara o custo total da subscrição mensal versus o pagamento antecipado;
- Considera seguros alternativos de operadoras ou seguradoras independentes.
Esta transição reflete uma tendência alargada na indústria tecnológica, onde serviços recorrentes representam já 35% das receitas globais do setor (dados da IDC, 2024). A Apple, com mais de 1,2 mil milhões de dispositivos ativos, reforça assim a sua estratégia de fidelização através de ecossistemas integrados.
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