O Google Pixel 9a, lançado em março como a proposta mais acessível da mais recente família Pixel 9, tem vindo a colher opiniões geralmente positivas desde que chegou às mãos dos utilizadores. Mas como é que este modelo mais económico se comporta quando levado ao limite em termos de resistência?
Zack, do popular canal de YouTube JerryRigEverything, conhecido pelos seus rigorosos testes de durabilidade, colocou o Pixel 9a à prova. Será que sobreviveu aos “maus-tratos”? Os resultados são interessantes e revelam um dispositivo com bons argumentos, mas também com alguns pontos que merecem a tua atenção.
Em termos gerais, o Pixel 9a demonstrou uma durabilidade comparável a modelos mais caros em vários aspetos, o que é uma boa notícia para quem procura um telemóvel robusto sem gastar uma fortuna. No entanto, nem tudo são rosas.
Zack submeteu o Pixel 9a à sua habitual bateria de testes, que incluem a avaliação da resistência a riscos, ao calor e à tentativa de dobragem. Vamos analisar cada um deles para perceberes onde é que o Pixel 9a brilha e onde poderá precisar de um cuidado extra da tua parte.
Teste de risco: como se comporta o ecrã e o corpo do Pixel 9a?
Um dos primeiros testes é sempre o de resistência a riscos, fundamental para perceber como o telemóvel aguentará o contacto com chaves e moedas no bolso ou na mala.
O ecrã do Pixel 9a começou a mostrar os primeiros sinais de risco ao nível 6 da escala de Mohs, com marcas mais profundas a surgirem ao nível 7. Esta performance é típica de vidros como o Gorilla Glass 3, a proteção escolhida pela Google para este modelo — uma versão já com alguns anos, provavelmente para manter os custos controlados. Embora ofereça uma resistência a riscos semelhante à de muitas películas de proteção modernas, é importante notar que o Gorilla Glass 3 pode ser um pouco mais vulnerável a quebras em caso de quedas acidentais, quando comparado com as gerações mais recentes deste tipo de vidro.
Boas notícias para o vidro que protege as câmaras traseiras: resistiu estoicamente aos riscos da lâmina de Zack. No entanto, o painel traseiro do telemóvel, também em vidro, não se mostrou tão resiliente, apresentando alguns riscos notáveis após o teste. Portanto, um cuidado adicional com a traseira do teu Pixel 9a é aconselhável.
As laterais do dispositivo apresentam uma moldura plana em alumínio anodizado que, como esperado para este material, não resistiu à lâmina, o que é perfeitamente normal. Um ponto positivo vai para os botões físicos, que são metálicos e acompanham a cor do telemóvel.
Provas de fogo e água: calor, imersão e integridade estrutural
Para além dos riscos, a resistência ao calor, à água e a força estrutural são cruciais para a longevidade de um smartphone.
No teste de resistência ao calor, o ecrã do Pixel 9a aguentou a chama de um isqueiro por uns respeitáveis 30 segundos antes de apresentar danos mínimos. Este é um resultado bastante decente e sugere que o ecrã consegue lidar com algum calor acidental sem grandes problemas. Finalmente, no temido teste de dobragem, o Pixel 9a provou ser um osso duro de roer. Zack tentou dobrá-lo ao meio, mas o telemóvel manteve-se sólido e rígido, sem fletir. Um grande ponto a favor da sua integridade estrutural geral!
Oficialmente, o Pixel 9a ostenta uma classificação IP68, que garante proteção contra poeira e imersão em água. No entanto, Zack levantou algumas dúvidas em relação às grandes aberturas dos altifalantes. Tipicamente, dispositivos com este nível de resistência à água possuem grelhas de malha fina sobre aberturas mais pequenas.
A malha de impermeabilização dentro da grelha do altifalante do Pixel 9a pareceu algo delicada a Zack, o que, na sua opinião, poderia comprometer a eficácia da classificação IP68 a longo prazo. É algo a ter em consideração se costumas expor o teu telemóvel a ambientes mais húmidos.
A “dor de cabeça” da bateria e outros aspetos da reparação
Apesar da boa performance geral nos testes de resistência física, um aspeto específico mereceu críticas por parte de Zack: a dificuldade em substituir a bateria.
Zack expressou a sua insatisfação com os métodos que a Google continua a utilizar para a remoção da bateria, considerando-os frustrantes e antiquados. Este design torna a substituição da bateria desnecessariamente complicada para o utilizador ou para um técnico.
O youtuber chegou mesmo a sugerir que, se a facilidade de trocar a bateria for um fator importante para ti, talvez devas ponderar outras opções. Salientou ainda a contradição entre esta dificuldade e as alegações ambientais da Google, dado que a forma como a bateria está fixada com elementos adicionais dificulta a sua reciclagem e substituição, incentivando potencialmente a troca do aparelho inteiro.
No entanto, há um lado mais positivo para quem gosta de reparar os seus próprios dispositivos (ou procura reparações mais acessíveis). Ultrapassado o obstáculo da bateria, o Pixel 9a revela-se surpreendentemente amigável em outros aspetos. É possível substituir o ecrã sem ter de remover todo o painel traseiro, o que simplifica bastante o processo. O sistema de câmaras também é modular e pode ser substituído. Além disso, a Google está a facilitar a disponibilidade de peças genuínas através de fornecedores como o iFixit.
Um guerreiro para o quotidiano com alguns “ses” importantes
No geral, o Pixel 9a parece ser um companheiro bastante fiável para o dia a dia em termos de robustez. Demonstra uma boa integridade estrutural e uma resistência a riscos no ecrã dentro do esperado para a sua gama de preço. Contudo, a potencial vulnerabilidade da sua classificação IP68 devido ao design dos altifalantes e, principalmente, a grande dificuldade na substituição da bateria são pontos que deves ponderar. A boa notícia é que, para outros componentes como o ecrã e as câmaras, a reparação parece ser mais acessível do que se poderia esperar.
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