Os mais recentes dados da Counterpoint Research sobre o mercado de smartphones na China para o primeiro trimestre de 2025 já foram revelados, e trazem algumas surpresas e confirmações importantes para quem acompanha este setor tão dinâmico. A Huawei e a Xiaomi surgem empatadas no primeiro lugar, numa demonstração de força e crescimento notáveis.
No entanto, o mercado como um todo, embora tenha crescido em comparação com o ano anterior, mostra sinais de um entusiasmo mais contido após um impulso inicial. Vamos analisar em detalhe o que se passou neste importante mercado asiático no início do ano.
O panorama geral do mercado chinês no início de 2025
No cômputo geral, o mercado chinês de smartphones registou um crescimento homólogo (comparando com o mesmo trimestre do ano anterior) de 5% no primeiro trimestre de 2025. Este aumento foi, em parte, impulsionado por um programa de subsídios governamentais lançado em janeiro, que deu um fôlego inicial às vendas e ajudou a dinamizar o consumo.
Contudo, este ímpeto inicial não se manteve ao longo de todo o trimestre. Segundo a análise da Counterpoint, a procura por novos smartphones arrefeceu após o período festivo do Ano Novo Chinês, e o crescimento global do trimestre acabou por ficar aquém das expectativas iniciais que os analistas tinham projetado. Isto sugere que, apesar dos incentivos, outros fatores podem estar a moderar o apetite dos utilizadores por novos equipamentos.

Huawei e Xiaomi lideram, mas a corrida está renhida
O grande destaque deste relatório é, sem dúvida, a performance da Huawei e da Xiaomi, que terminaram o trimestre lado a lado na liderança do mercado.
A Huawei conseguiu alcançar o primeiro lugar neste trimestre, conquistando uma quota de mercado de 19%. Este valor representa um crescimento de 2 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2024, demonstrando a resiliência e a contínua recuperação da marca no seu mercado doméstico, um sinal importante da sua capacidade de adaptação e inovação.
A Xiaomi não ficou atrás e igualou a Huawei no pódio, também com uma impressionante quota de mercado de 19%. A marca registou um ganho trimestral (comparando com o Q4 de 2024) ainda mais forte, de 3 pontos percentuais, o que evidencia o seu excelente desempenho e a crescente aceitação por parte dos utilizadores chineses. Ambas as marcas demonstram estar em grande forma e a disputar a preferência dos compradores de forma muito equilibrada.
O desempenho das outras grandes marcas no mercado
A luta pelo domínio do mercado chinês não se resume apenas às duas primeiras classificadas. Outras marcas de peso também tiveram desempenhos dignos de nota, com sortes distintas.
A Apple, por outro lado, escorregou para a terceira posição neste primeiro trimestre. As suas vendas viram a quota de mercado cair 2 pontos percentuais, passando de 17% no trimestre anterior para 15% no período em análise.
A Counterpoint atribui esta quebra, em parte, à estrutura do programa de subsídios governamentais implementado na China. Este programa aplicava-se apenas a telemóveis com preço acima dos 6.000 yuans chineses (um valor que ronda os 760 euros ou 820 dólares americanos). A maioria dos modelos do iPhone, incluindo os seus populares e mais vendidos modelos Pro, têm preços bem acima deste limite estabelecido, ficando assim fora do alcance de qualquer desconto proporcionado por esta iniciativa governamental, o que pode ter desviado alguns potenciais compradores para outras marcas.
No restante top, a Oppo conseguiu assegurar o quarto lugar, com uma quota de mercado de 15% e um modesto crescimento de 1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.
A Vivo, por sua vez, registou uma queda maior no que diz respeito à sua fatia de mercado, passando de uma quota de 18% no final de 2024 para 14% no primeiro trimestre de 2025, o que representa uma descida de 4 pontos percentuais.
A Honor seguiu-se na sexta posição da tabela, com uma quota de mercado de 13%, mantendo a sua presença entre os principais fabricantes a operar na China.
Perspetivas para o restante ano de 2025
Olhando para o futuro, a Counterpoint Research espera que o mercado chinês de smartphones continue a crescer em termos homólogos ao longo de 2025. No entanto, a previsão aponta para que esse crescimento ocorra a um ritmo mais lento do que o inicialmente previsto, refletindo talvez uma maior cautela por parte dos utilizadores ou uma saturação em certos segmentos.
Prevê-se que os lançamentos de novos dispositivos, tradicionalmente agendados para o segundo trimestre, e os festivais de vendas de meio do ano possam dar um impulso temporário às vendas, animando um pouco mais o mercado nos próximos meses. A dinâmica entre as principais marcas continuará, certamente, a ser um ponto de grande interesse, com a Huawei e a Xiaomi a lutarem arduamente pela liderança e as restantes marcas a procurarem solidificar ou melhorar as suas posições neste mercado tão competitivo.
O primeiro trimestre de 2025 no mercado chinês de smartphones demonstrou, assim, um cenário de competição intensa e de reajustes significativos entre os principais fabricantes. A liderança partilhada entre a Huawei e a Xiaomi é um dos grandes destaques, enquanto gigantes como a Apple enfrentam desafios específicos relacionados com as políticas e o contexto económico local.
Será, sem dúvida, interessante acompanhar a evolução deste mercado nos próximos trimestres, especialmente com os novos lançamentos e campanhas promocionais que se avizinham, para perceberes como estas tendências se irão consolidar ou, quem sabe, alterar novamente.
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