Se és subscritor do PlayStation Plus e sentiste um aperto na carteira com os últimos aumentos de preço, prepara-te, porque a Sony não parece ter qualquer intenção de abrandar. Numa recente apresentação a investidores, a gigante japonesa deixou bem claro que a porta está aberta a futuros “ajustes” de preço, e a justificação para isso pode ser surpreendente: a culpa, em grande parte, é do comportamento dos próprios jogadores.
Esta mensagem veio diretamente de Hideaki Nishino, o novo CEO da Sony Interactive Entertainment, que revelou dados que contrariam muito do ruído que se ouve online. Apesar das queixas e do descontentamento manifestado por uma parte da comunidade em relação aos aumentos de 2023 e de abril de 2025, os números contam uma história completamente diferente. A realidade é que os jogadores estão a aderir em massa aos níveis mais caros do serviço, e a Sony está a tomar nota.

A inesperada adesão aos planos mais caros
Enquanto muitos utilizadores se queixam da aparente lentidão na adição de jogos first-party ou de clássicos ao serviço, na prática, uma fatia cada vez maior da base de subscritores está a optar por pagar mais. Segundo os dados apresentados por Nishino, os patamares Extra e Premium do PlayStation Plus, os mais completos e dispendiosos, estão a crescer em popularidade a um ritmo que surpreendeu a própria empresa.
Atualmente, estes dois níveis representam já cerca de 38% do total de assinantes do serviço. Para a Sony, esta tendência é uma validação clara da sua estratégia. Significa que, apesar dos aumentos, os utilizadores consideram que o valor acrescentado, nomeadamente o acesso a um vasto catálogo de jogos, justifica o investimento superior.
“Estamos focados em impulsionar um crescimento rentável, aumentando o envolvimento e o apelo, e melhorando continuamente a proposta do serviço e o conteúdo que oferecemos”, afirmou o executivo, vendo o comportamento do mercado como um sinal verde para continuar no mesmo caminho.
A estratégia oficial: mais valor para maximizar a rentabilidade
Quando questionado diretamente sobre a possibilidade de novos aumentos de preço, Hideaki Nishino não usou rodeios. A sua explicação, dada durante a apresentação anual da Sony a investidores, vincula diretamente o preço ao valor que a empresa acredita estar a entregar.
A justificação para os aumentos
Segundo o CEO, os aumentos de preço não são arbitrários. “Estes aumentos de preço foram, em parte, resultado do valor crescente que trazemos aos jogadores, através da qualidade e diversidade de conteúdo que continuamos a adicionar”, detalhou. Ele mencionou também o investimento em novas funcionalidades para melhorar a experiência geral, como uma maior personalização e uma descoberta de conteúdo mais eficaz.
Para além do valor acrescentado, Nishino apontou ainda outro fator para os ajustes de preços em certas regiões: a necessidade de responder a flutuações cambiais, um aspeto puramente económico da gestão de um serviço global.
A parte mais reveladora da sua intervenção foi, no entanto, a conclusão sobre a estratégia futura. A mensagem para os investidores foi inequívoca: “vamos continuar a adicionar mais valor e a ajustar a nossa estratégia de preços de forma dinâmica para maximizar a rentabilidade.”
Esta linguagem empresarial, embora não confirme um aumento de preço para amanhã, deixa muito pouco espaço para dúvidas. A estratégia de “maximizar a rentabilidade” de um produto ao qual se pretende “adicionar valor” raramente se traduz numa descida ou manutenção de preços a longo prazo.
A realidade, comprovada pelos dados da própria Sony, é que enquanto uma parte dos jogadores se manifesta contra, uma fatia cada vez maior e mais significativa vota com a carteira, dando luz verde à Sony para que o preço do PlayStation Plus continue a sua trajetória ascendente.
Outros artigos interessantes: