A Toyota está a dar um passo decisivo na sua estratégia de eletrificação, ao anunciar que vai começar a fabricar veículos 100% elétricos na Europa, com início previsto para 2028. Este movimento, que terá como palco a fábrica da marca na República Checa, representa uma resposta clara ao aumento da concorrência, em especial das marcas chinesas, e ao crescimento da procura por veículos elétricos no continente europeu.
Até ao final deste ano, a Toyota pretende lançar três novos SUV elétricos no mercado europeu: as versões renovadas do bZ4X, CH-R+ e Urban Cruiser. A partir de 2026, deverão seguir-se mais três modelos, reforçando assim a oferta elétrica da marca. A Lexus, divisão de luxo da Toyota, também vai apostar forte no segmento, com três novos modelos elétricos a serem apresentados já no próximo ano, começando pelo novo RZ SUV.
A aposta da Toyota na produção local não surge por acaso. Em 2024, a marca investiu 17 milhões de euros na modernização da fábrica checa, com o objetivo de criar um “mega hub” capaz de produzir cerca de 100 mil veículos elétricos por ano. Este será o terceiro grande centro de produção de elétricos da Toyota, depois do Japão e da China.

Concorrência chinesa pressiona marcas tradicionais
O cenário europeu tem vindo a mudar rapidamente, com as marcas chinesas a ganharem terreno de forma impressionante. Só no último mês, BYD, Jaecoo, Omoda, Leapmotor e Xpeng conseguiram ultrapassar a Mercedes-Benz em vendas na Europa. No acumulado do ano, o grupo já vendeu mais do que a Ford, alcançando uma quota de mercado de 5,1%. Esta ascensão está a obrigar os fabricantes tradicionais, como a Toyota, a acelerar os seus planos de eletrificação e produção local.
Durante o primeiro semestre de 2025, a Toyota atingiu um recorde de 591.115 veículos vendidos na Europa, tornando-se a segunda marca mais vendida, apenas atrás da Volkswagen. Apesar do crescimento de 42% nas vendas de elétricos Toyota e Lexus, a concorrência, sobretudo vinda da Ásia, está cada vez mais forte.
Estratégia global: produção local em mercados-chave
A aposta na Europa não é caso isolado. Ainda este ano, a Toyota vai iniciar a produção de elétricos na Indonésia e na Tailândia, dois mercados onde as marcas chinesas também têm vindo a conquistar quota. Além disso, a marca anunciou que pretende fabricar veículos elétricos no Reino Unido, embora ainda não tenha revelado datas concretas para o arranque dessa produção.
Nos Estados Unidos, a Toyota prepara-se para fabricar a nova versão do Grand Highlander elétrico na fábrica do Kentucky, com produção prevista para o final de 2026, um ano mais tarde do que o inicialmente planeado.
O desafio da descarbonização e as apostas tecnológicas
Apesar de alguns críticos acusarem a marca de avançar de forma lenta na eletrificação, a Toyota defende uma abordagem diversificada, apostando não só em elétricos a bateria, mas também em híbridos e tecnologia de hidrogénio. A prioridade passa por responder às exigências de descarbonização, adaptando a oferta às diferentes necessidades dos mercados.
Até 2026, a Toyota prevê ter seis modelos 100% elétricos na Europa, procurando assim cumprir as metas ambientais impostas pela União Europeia e responder à crescente procura dos consumidores por alternativas mais sustentáveis.
Com a produção de elétricos na Europa prestes a arrancar, a Toyota mostra que está pronta para competir num mercado cada vez mais desafiante e global. Para ti, que acompanhas a evolução do setor automóvel, fica claro que a próxima década será marcada por uma corrida à eletrificação, onde só as marcas mais ágeis e inovadoras conseguirão manter-se no topo.
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