O ano começou da melhor maneira na CES com a NVidia e Qualcomm, nada mais do que dois dos três maiores fabricantes de chipsets, a anunciarem actualizações relevantes ao seu portfolio de chipsets para dispositivos móveis como Smartphones e tablets. Pois bem, o triângulo dos principais fabricantes neste mercado completa-se. A Samsung aproveitou a sua presença na CES para anunciar o seu novo chipset.
De modo a não deixar o crédito em mãos alheias, em especial os focos da ribalta virados para os seus dois maiores rivais, a Samsung levantou o véu sobre a sua nova geração de SoC (System On a Chip). A multinacional sul-coreana apresentou o Exynos 5 Octa um pequeno chip que promete tomar de assalto o mercado e colocar numa nova fasquia o que entendemos por velocidade num smartphone. A Samsung afirmou que o novo processador é possível atingir o dobro do poder de processamento do melhor processador que actualmente existe no mercado.
Em termos prático o Exynos 5 Octa é o primeiro chipset com 8 cores, em particular dois conjuntos de quatro cores (núcleos), a utilizar a técnica de fabrico de 28nm. O chipset é obviamente voltado para manter a navegação fluida em dispositivos quando ao mesmo tempo o mesmo é sobrecarregado com tarefas de computação exigentes, como por exemplo a reprodução de filmes em alta definição e/ou um pesado conteúdo gráfico.
O CEO da Samsung Stephen Woo, afirma mesmo que que com este chipset que não haverá qualquer gaguejar durante a reprodução de vídeo HD, que como muitos dos nossos leitores provavelmente sabem, pode ser um problema em processadores mais lentos. Além das capacidades ímpares deste chipset que abstrai praticamente o usuário dos limites da multitarefa, o Exynos 5 Octa também possui um incremento elevado nas suas capacidades 3D. Esta capacidade implica, naturalmente, uma maior fluidez em jogos 3D.
Este processador também tem a distinção de ser o primeiro no espectro móvel a implementar a tecnologia big.LITTLE patenteada pela ARM. Esta tecnologia assenta numa premissa simples, o utilizador de um dispositivo deve poder tirar partido de todas as suas capacidades incluindo jogos 3D e visualização de vídeos em HD sem ver comprometida a autonomia de um dia ou mais.
A tecnologia big.LITTLE permite gerir dois (ou mais) conjuntos de cores, sendo o primeiro orientado para a performance e o segundo mais para a poupança de energia. A Samsung implementa esta tecnologia aliando quatro processadores ARM Cortex A15 (1.8GHz relativos à frequência de relógio) para fazer o trabalho mais exigente de processamento e quatro núcleos ARM Cortex A7 (1.2GHz de frequência de relógio) para trabalhos mais leves. Isto significa que os usuários devem ter o poder que precisarem “on demand” e ao mesmo tempo poderem obter uma maior autonomia do seu dispositivo.
Provavelmente ainda vai demorar algum tempo até ver o primeiro dispositivo licenciado com este novo chipset já que a Samsung não anunciou uma data específica para disponibilidade no mercado. Contudo, se pudéssemos especular conhecendo o historial da Samsung, tudo leva a a crer que o primeiro Smartphone a incluir este chipset será o novo Samsung galaxy S IV.
Este smartphone que já foi confirmado que irá sair este ano pela própria Samsung tem como data especulada para apresentação entre Abril e Maio. Por isso só depois do primeiro trimestre poderemos aceder às primeiras impressões (e obviamente benchmarks) do Exynos 5 Octa. Como é natural o número de cores não é tudo na performance de um dispositivo, mas também é verdade que a Samsung neste aspecto não tem desiludido nas suas promessas e tem aliás elevado a fasquia em relação os seus rivais.
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