A União Europeia é intransigente no que toca a proteger a segurança dos habitantes que residem nos seus países membros. E depois de multar a Microsoft e ponderar fazer o mesmo à Google, agora a Huawei e a ZTE são as visadas do organismo europeu.
A União europeia planeia investigar os gigantes chineses de comunicações móveis Huawei e ZTE , devido a suspeitas de receberem subsídios ilegais e a preocupações de violação de segurança nacional. A prática comum seguida pela instituição que representa países da zona euro é a de despoletar os mecanismos de investigação baseada em queixas de terceiros. Por essa razão não deixa de ser curioso que a investigação surja derivada de uma iniciativa do próprio organismo europeu.
Muito provavelmente, a União Europeia já tem indícios fortes de irregularidades praticadas pelas duas empresas. Mas… que indícios são esses? Em termos práticos, a instituição acredita que a Huawei e a ZTE estão a receber subsídios ilícitos que lhes estão a permitir abater o preço final dos dispositivos concorrendo de forma desleal com os competidores europeus.
Esta técnica já não é nova, e existem casos abordados nos meios de comunicação social, que demonstraram que é uma estratégia que já foi usada por outras empresas chinesas. Em alguns casos desconfia-se que o próprio governo Chinês já subsidiou algumas empresas de modo a venderem produtos para outros continentes, nomeadamente a Europa e a América abaixo de preço de custo. Esta prática é normalmente conhecida como “Dumping”.
Este dossier vai estar ao cargo de Karel De Gucht comissário responsável pela parte comercial na zona euro, que terá a palavra final em relação a se a investigação irá para a frente ou não. O mesmo também vai investigar se estas empresas apresentam um risco de segurança para a segurança dos países europeus.
Recentemente o responsável afirmou que existiam preocupações sérias de segurança relativamente às redes de telecomunicações móveis, e referiu explicitamente o nome da Huawei. Esta empresa além de ser conhecida por fabricar dispositivos móveis, fabrica também equipamentos que são a base das infraestruturas de rede utilizadas pelas operadoras móveis.
A UE tentou receber ajuda para a investigação de vários fabricantes europeus, incluindo a Ericsson, Alcatel-Lucent e Nokia Siemens. Contudo, todas as empresas se recusaram a oferecer a participarem na investigação por causa do impacto negativo que poderia ter para os seus negócios. As empresas temem que se estivessem a participar na investigação, fossem excluídos do mercado de telecomunicações chinês, um mercado em franco crescimento e de elevada importância.
Além da falta de apoio dos fabricantes europeus, vários países da UE estão divididos sobre a questão. A Grã-Bretanha e a Holanda são favoráveis a Huawei, porque é um grande empregador no espaço europeu. Outros países estão preocupados com o facto da Huawei ganhar mais influência nos seus mercados.
Além disso, muitos países europeu estão preocupados que o governo chinês esteja a usar os dispositivos da Huawei e ZTE de forma consentida pelas empresas para espionar outras nações. Este receio, tem sido aliás a principal razão de alarme em outros países fora do continente europeu. No Canadá está-se a ponderar proibir a utilização de dispositivos Huawei em instituições do governo, os Estados Unidos lançaram uma disposição que coloca restrições sobre as agências pertencentes ao governo dos EUA, impedindo-as de adquirir dispositivos da Huawei e ZTE.
Em sua defesa, as empresas chinesas têm negado todas as acusações contra elas referindo que em qualquer altura têm respeitado sempre as leis internacionais em vigor nos mercados que competem. Via: Reuters
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