Era dezembro e, como costumava ser lá para aquelas bandas, chovia torrencialmente e o gélido frio já era hóspede frequente na casa que atualmente abrigava os despertares da Menina tupiniquim. Mas embora o mau tempo fosse sempre um condicionante da sua trivial alegria, naquela manhã nada lhe roubaria o largo sorriso com o qual acordara, fruto do contentamento vindo dos sonhos bons.
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Sonhara outra vez que, após longos anos distante do ninho primeiro, estava finalmente em Terra Brasilis, na casa onde nascera. Ainda de debaixo das cobertas, ouvia o costumeiro chamar matinal da sua mãe, que gritava desde a cozinha ordens claras para “levantar o rabo” da cama que café já estava na mesa. Com algum esforço, é certo, a Menina abriu os olhos e se espreguiçou seguidas vezes na cama da sua infância antes de prestar obediência. Era ainda das cobertas que acalentava os seus sonhos bons que sentia o inconfundível cheiro do café feito pela velha matriarca [forte, quente, saboroso, com gosto de “ACORDA LOGO, MENINA!”]. Erguera-se, finalmente, seguindo ao encontro do início daquela manhã de domingo. “Bênção, mãe?”, disse do alto da sua meninice. “Deus te faça feliz!”, respondeu Dona Cici, sua adorada mãe, como era o costume.
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Consta que a Menina sonhara outra vez que estava finalmente em casa… e acordou feliz!
CAssis, a Menina Digital
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