As agências espaciais europeia e russa estão a planear uma missão conjunta que tem por objectivo enviar um astronauta à Lua e aí estabelecer uma base permanente. O primeiro astronauta não americano a pisar solo lunar deverá partir dentro de cinco anos. A missão, com o nome de código Luna 27, tem como objectivo o pólo sul, onde os cientistas crêem que será possível encontrar gelo sob a superfície.
Os cientistas estão já a trabalhar nas missões preparatórias, que consistirão no envio de sondas ao que é um dos locais mais frios do sistema solar, uma vez que nunca recebe a luz do Sol. Essa é uma das características que permitem aos investigadores considerarem que podem encontrar as condições que lhes permitam estabelecer uma colónia na Lua. As sondas robóticas que serão lançadas nos próximos cinco anos terão uma broca que permitirá a recolha de amostrar em profundidade. Estes aparelhos não tripulados irão procurar gelo e outros químicos que permitam posteriormente aos astronautas abastecerem-se de oxigénio, água e outros compostos necessários à vida e a uma permanência de longo prazo na Lua.
A Agência Espacial Europeia e a Roscosmos estão a trabalhar em vários projectos simultâneos que têm por objectivo colocar um europeu em solo lunar, estando a investir recursos em nova tecnologia que permitirá um maior rigor na alunagem, com a navegação a ser feita através de múltiplas câmaras e com o apoio de um laser a bordo do módulo lunar. Também a broca está a ser desenvolvida, uma vez que precisa de ser extremamente resistente, porque o solo lunar numa zona que nunca viu a luz solar deverá ter a consistência do betão.
À BBC, Igor Mitrofanov, do Instituto de Pesquisa Espacial de Moscovo, afirma que a instalação de uma base lunar terá como objectivos “a observação astronômica, a utilização de minerais e outros recursos lunares e servirá para criar um posto avançado que pode ser visitado por cosmonautas que trabalham juntos como banco de ensaios para um voo futuro a Marte.”
Mas antes de se construir uma base lunar que permita pensar em voos mais longínquos, as duas agências espaciais estão a trabalhar com o objectivo de colocar de novo astronautas no planeta satélite da Terra. Esse passo acontecerá em 2020. Contudo, a participação europeia ainda está dependente da anuência por parte dos ministros responsáveis pelo sector. O OK deverá ser dado já no decorrer de uma reunião em 2016 e os cientistas estão optimistas e contam com o apoio incondicional das duas agências espaciais envolvidas.
Desde 1972 que nenhum ser humano pisa solo lunar. A odisseia do programa espacial norte-americano Apollo trouxe-nos alguns dos mais extraordinários momentos da epopeia da exploração espacial e muito recentemente, a NASA colocou online todo o acervo fotográfico do programa que levou Neil Armstrong a dar “um pequeno passo para o Homem mas um salto gigantesco para a Humanidade”.
A Europa prepara-se para avançar para a Lua mas os cientistas já sonham mais longe e a NASA já divulgou o seu calendário para uma missão tripulada ao planeta vermelho, Marte.
Fonte: BBC
Comentários