Foi batizado como C919 e é o primeiro avião comercial de fabrico chinês. Fez o seu voo inaugural este fim de semana.

A entrega do primeiro C919 do mundo à China Eastern Airlines, uma das principais companhias aéreas do país, é um marco significativo na história da indústria aeronáutica chinesa. O jato de corpo estreito, fabricado na China, realizou um voo de 15 minutos para celebrar o momento histórico.
O C919, que é um concorrente direto dos jatos de corredor único Airbus A320neo e Boeing 737 MAX. Com capacidade para 164 lugares, o avião entregue à China Eastern Airlines foi decorado lateralmente com a inscrição “o primeiro C919 do mundo” em chinês e inglês.
As caraterísticas do C919
De acordo com a fabricante Comac, “a aeronave tem uma configuração de 158 a 192 lugares, com um alcance de 4.075 a 5.555 quilómetros. Incorpora as características de segurança, eficiência económica, conforto e respeito pelo ambiente, que podem satisfazer os diferentes requisitos operacionais das companhias aéreas”.
“Com um design aerodinâmico, um sistema de propulsão e materiais avançados, o avião C919 tem menos emissões de carbono e maior eficiência de combustível. A cabina de pilotagem está equipada com uma nova geração de barras laterais integradas, cinco ecrãs HD de 15,4 polegadas, e o design avançado “silencioso e escuro” pode reduzir eficazmente a carga de trabalho do piloto”, afirma a Comac.
A cabina do C919 tem uma altura de corredor de 2,25 m, um design humanizado com o assento do meio ligeiramente mais largo do que os assentos de ambos os lados, vários modos de iluminação situacional, baixo nível de ruído e ar fresco saudável, o que proporciona aos passageiros uma experiência de voo mais confortável
Voos regulares em 2024
De acordo com fontes do setor, sua primeira rota será entre Xangai e a capital Pequim. mas o C919 só fará o seu primeiro voo comercial na próxima Primavera, de acordo com a agência noticiosa estatal Xinhua. A aeronave recebeu a certificação para operações seguras em setembro e teve sua produção em massa iniciada em novembro.
Segundo informações divulgadas pelo jornal The Paper, a China Eastern Airlines afirmou que planeia receber as restantes quatro encomendas do primeiro lote de C919 nos próximos dois anos. Esta é uma mudança nos planos da companhia aérea, que previa anteriormente receber todas as aeronaves no próximo ano.
A entrega do primeiro C919 é um reflexo das ambições da China em relação aos jatos de fuselagem estreita. Nos últimos anos, estas ambições têm-se intensificado devido a conflitos comerciais e tecnológicos com os Estados Unidos, levando a China a tentar reduzir a sua dependência da Airbus e da Boeing.
A Commercial Aviation Corp of China (COMAC) planeia produzir 25 C919 por ano até 2030, segundo analistas da Jefferies. Esta taxa de produção está consideravelmente abaixo das atuais taxas mensais de produção de aviões de fuselagem estreita dos concorrentes internacionais.
Atualmente, o C919 depende em grande parte de componentes ocidentais, incluindo motores e sistemas de controle de voo fornecidos por empresas como a GE Safran e Honeywell International. No entanto, a China está a trabalhar no aumento da proporção de componentes nacionais no C919 e está em desenvolvimento um motor alternativo denominado CJ-1000A.
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