O julgamento antitrust entre a Google e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) está a revelar detalhes curiosos sobre as práticas internas da empresa. Kenneth Dintzer, o principal advogado do DOJ, alega que a Google treinou os seus colaboradores para evitar palavras e frases que pudessem sugerir que a empresa é um monopólio. Este treino remonta a 2011 e incluiu a substituição de termos como “quota de mercado” por “quota de pesquisa” e a omissão da palavra “alavancar” relativamente aos produtos da empresa.
Treino específico para evitar problemas legais
Segundo Dintzer, a Google realizou uma formação em 2011 chamada “Noções Básicas de Antitrust para a Equipa de Pesquisa”. Nesta formação, os colaboradores foram instruídos a evitar linguagem que pudesse implicar práticas monopolistas. A empresa também terá aconselhado os colaboradores a não usar termos como “bloquear” ou “prender” quando se referem a utilizadores ou parceiros.
Conversas internas apagadas
O DOJ também alega que a Google adotou medidas para eliminar provas, incluindo a ativação da função de auto eliminação em conversas internas. Esta função apaga automaticamente o histórico de chat após 24 horas. Dintzer afirma que a Google instruiu os colaboradores a ter conversas com o histórico desativado, para que os registos fossem eliminados.
A Google sabia o que estava a fazer?
No primeiro dia do julgamento, o advogado do DOJ afirmou que a Google estava ciente das suas ações e que sabia que violava as leis antitrust. Esta consciência terá sido uma parte significativa das táticas da empresa ao longo dos anos, incluindo a eliminação de históricos de chat e a evasão de certas palavras e frases.
O que vem a seguir?
É ainda cedo para determinar o resultado deste caso. A Google provavelmente negará estas alegações, como tem feito até agora. No entanto, as provas apresentadas por Dintzer sugerem que a empresa pode ter tido a intenção de contornar as leis antitrust para manter a sua posição dominante no mercado de motores de pesquisa.
Impacto no cenário tecnológico
Se estas alegações forem comprovadas, poderão ter implicações significativas não só para a Google, mas também para outras empresas do setor tecnológico que possam adotar táticas semelhantes. Este caso poderá servir como um precedente importante em futuras ações legais relacionadas com práticas antitrust.
O julgamento continua nos seus estágios iniciais, mas já está a atrair muita atenção, tanto do público como dos média. Ficaremos atentos para te trazer as últimas atualizações sobre este caso intrigante.
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