A Coreia do Sul juntou-se recentemente à lista de países que decidiram bloquear o acesso ao DeepSeek, um dos mais recentes e controversos produtos de inteligência artificial a surgir no mercado. Esta decisão surge na sequência de preocupações crescentes relacionadas com a segurança e a privacidade dos dados dos utilizadores.
O DeepSeek fez a sua estreia no mês passado, apresentando um poderoso modelo de raciocínio denominado R1. Apesar de ter surgido aparentemente do nada, este chatbot rapidamente se tornou o centro das atenções, mas nem sempre pelas melhores razões.
Um dos primeiros impactos do seu lançamento foi sentido no mercado bolsista. A NVIDIA, gigante tecnológica, viu as suas ações desvalorizarem, resultando numa perda de quase 600 mil milhões de dólares. Outras empresas, como a Microsoft, também sofreram perdas significativas, superiores a 70 mil milhões de dólares.

Uma das principais preocupações levantadas em torno do DeepSeek prende-se com a localização dos servidores onde são armazenados os dados recolhidos pela plataforma. Segundo informações divulgadas, todos estes dados encontram-se em servidores na China continental, o que tem gerado apreensão em muitos utilizadores e governos.
A decisão da Coreia do Sul face ao DeepSeek
As autoridades sul-coreanas decidiram bloquear completamente o acesso ao DeepSeek no país. Isto significa que não é possível descarregar a aplicação dentro das fronteiras da Coreia do Sul. Além disso, foi imposta uma proibição adicional que impede a instalação do chatbot nos dispositivos de funcionários governamentais e militares.
Embora possa parecer que esta decisão foi tomada exclusivamente devido às controvérsias recentes, a realidade é um pouco mais complexa. A Coreia do Sul possui uma comissão de proteção de dados chamada Personal Information Protection Commission (PIPC), que estabelece regras rigorosas no que diz respeito à privacidade dos dados.
Aparentemente, o DeepSeek não teve em consideração estas regulamentações antes de lançar o seu produto no país. Esta falha levou as autoridades sul-coreanas a tomar medidas preventivas, bloqueando o acesso à plataforma até que seja realizada uma investigação aprofundada.
O governo sul-coreano anunciou que irá investigar o DeepSeek para determinar se a plataforma está em conformidade com as regulamentações da PIPC. Este processo poderá demorar algumas semanas ou até mesmo meses, conforme indicado no comunicado oficial.
No entanto, existe a possibilidade de o DeepSeek voltar a estar disponível na Coreia do Sul, caso consiga demonstrar que cumpre todas as exigências legais do país em matéria de proteção de dados.
Implicações para o futuro do DeepSeek
Esta proibição na Coreia do Sul é apenas mais um capítulo na história conturbada do DeepSeek. A plataforma já enfrentou várias controvérsias, incluindo violações de dados significativas num curto espaço de tempo desde o seu lançamento.
Apesar de todos estes problemas, o DeepSeek continua a atrair utilizadores em todo o mundo. No entanto, este incidente na Coreia do Sul poderá servir como um alerta para outros países, levando-os a reavaliar a presença da plataforma nos seus territórios.
À medida que a investigação das autoridades sul-coreanas avança, será interessante observar como o DeepSeek responde a estas preocupações e se conseguirá adaptar-se às exigências regulatórias de diferentes países. O desfecho deste caso poderá ter implicações significativas não só para o futuro do DeepSeek, mas também para o panorama mais amplo da inteligência artificial e da proteção de dados a nível global.
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