A nova versão da caneta digital para o topo de gama da marca sul-coreana gerou controvérsia. Apesar de perder funcionalidades e componentes, o acessório mantém um custo idêntico ao modelo anterior — e os utilizadores não estão a aceitar a decisão silenciosamente.
O Galaxy S25 Ultra chega ao mercado com melhorias no design, processador e sistema de câmaras, mas a S Pen — um dos elementos distintivos da série Ultra — sofreu alterações significativas. A principal diferença está na remoção do suporte para Bluetooth, o que eliminou funções como:
- Comandos por gestos no ar (Air Actions)
- Disparo remoto da câmara
- Navegação em fotografias à distância
- Abertura de aplicações sem contacto físico
A ausência de Bluetooth permitiu à Samsung eliminar a bateria interna do acessório, reduzindo ligeiramente o peso. Contudo, esta mudança coloca o novo modelo num patamar tecnológico inferior face à geração anterior, levantando questões sobre a política de preços.

Samsung enfrenta polémica pelo valor pedido
A empresa mantém o preço de 49,99 dólares (cerca de 46 euros) pela S Pen de substituição, valor idêntico ao praticado para o modelo do Galaxy S24 Ultra. A decisão surpreendeu a comunidade técnica, já que o acessório:
Característica | S24 Ultra | S25 Ultra |
---|---|---|
Bluetooth | Sim | Não |
Bateria | 0,3 g | Ausente |
Funções remotas | 12 | 0 |
A revelação surgiu através do 9to5Google, que identificou o produto nas lojas online da marca com a mesma etiqueta de preço apesar das limitações técnicas. A Samsung justifica a opção citando dados internos: menos de 1% dos utilizadores recorriam às funcionalidades Bluetooth nas edições anteriores.
Alternativas sugeridas
A empresa sul-coreana indica que operações remotas podem ser realizadas através de outros dispositivos do ecossistema Galaxy, como:
- Relógios inteligentes
- Anéis de controlo
- Assistentes de voz integrados
Reações dos utilizadores ainda vão dar que falar
A comunidade de entusiastas manifestou descontentamento nas redes sociais e fóruns especializados. Um utilizador do Reddit resumiu o sentimento geral: “Pagamos o mesmo por menos tecnologia. Parece que estamos a financiar o desinvestimento em funcionalidades”.
A insatisfação gerou uma petição online que exige o regresso das funções removidas. O movimento, iniciado na plataforma Change.org, recolheu mais de 15 mil assinaturas nas primeiras 48 horas.
Equilíbrio entre custo e valor percebido
Analistas de mercado sugerem que a estratégia reflete um cálculo económico da Samsung:
- Redução de custos de produção (sem componentes Bluetooth)
- Manutenção da margem de lucro por unidade
- Aposta na fidelização através de acessórios
Contudo, especialistas em experiência do utilizador alertam para riscos. “Quando um elemento icónico perde valor percebido, pode afetar a perceção global do produto”, nota Marta Silva, consultora em tecnologias móveis.
A decisão coloca a Samsung num terreno delicado, especialmente face à crescente concorrência de marcas chinesas que oferecem canetas digitais mais completas em dispositivos de preço inferior. Os próximos meses dirão se a aposta em simplificar o acessório — mantendo o preço — se revelará acertada.
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