A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), líder mundial na produção de semicondutores, implementou novas restrições na exportação de chips avançados para a China. Esta decisão surge na sequência de pressões do governo norte-americano e marca uma nova fase nas tensões tecnológicas entre os Estados Unidos e a China.
Desde 31 de janeiro de 2025, a TSMC impôs limitações adicionais às encomendas de chips por parte de empresas chinesas. Estas novas medidas afetam principalmente os fabricantes de chips sem fábricas próprias, conhecidos como “fabless”, que dependem da TSMC para a produção dos seus desenhos.
As novas regras estipulam que:
- Empresas chinesas só podem encomendar chips produzidos com tecnologia de 16 nm ou inferior se utilizarem uma empresa de embalagem aprovada pelo governo dos EUA.
- É necessária uma licença do Departamento de Comércio dos EUA para exportar chips com mais de 30 mil milhões de transístores, produzidos com tecnologia de 16 nm ou inferior.
Estas medidas vêm complementar as restrições já impostas em novembro de 2024, quando a TSMC cessou o envio de chips de GPU avançados para a China, seguindo sanções norte-americanas.

Impacto no setor de inteligência artificial
As restrições têm um impacto significativo no desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial na China. Um caso que ilustra esta situação é o da empresa DeepSeek, que alegadamente utilizou 2.048 GPUs Nvidia H800 para treinar o seu modelo DeepSeek-R1.
O GPU Nvidia H800, produzido com tecnologia de 4 nm, contém cerca de 80 mil milhões de transístores, ultrapassando largamente o limite de 30 mil milhões imposto pelas novas regras. Este caso levantou questões sobre como a DeepSeek obteve estes chips, levando a uma investigação por parte do FBI e da Casa Branca.
Consequências para fabricantes e clientes
As novas restrições afetam não só as empresas chinesas, mas também os grandes fabricantes de chips como a AMD, Intel e Nvidia. Estes terão agora de obter licenças para vender GPUs convencionais à China, algo que anteriormente não era necessário.
No entanto, espera-se que empresas como a Apple, AMD, Intel e MediaTek recebam licenças para chips com mais de 30 mil milhões de transístores, demonstrando uma abordagem seletiva por parte das autoridades norte-americanas.
Implicações geopolíticas e económicas
Esta situação reflete as crescentes tensões tecnológicas entre os Estados Unidos e a China, com Washington a tentar limitar o acesso de Pequim a tecnologias avançadas, particularmente no campo da inteligência artificial.
Para a indústria de semicondutores, estas restrições representam um desafio significativo. A TSMC, em particular, encontra-se numa posição delicada, tendo de equilibrar as exigências do seu maior mercado, a China, com as pressões regulatórias dos Estados Unidos.
Em conclusão, estas novas medidas marcam uma intensificação na batalha pelo domínio tecnológico global. À medida que as restrições se tornam mais rigorosas, é provável que vejamos um aumento na competição e inovação em ambos os lados, bem como possíveis realinhamentos nas cadeias de fornecimento globais de semicondutores.
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