A Google prepara-se para apresentar melhorias significativas no ecrã da sua próxima série de smartphones, o Pixel 10. A promessa chega após anos de críticas sobre o impacto negativo da tecnologia de regulação de brilho utilizada em modelos anteriores, como o Pixel 9 e o Pixel 9a, que têm sido associados a sintomas como dores de cabeça, enxaquecas e até visão turva.
O que está na origem do problema
A maioria dos smartphones modernos, incluindo os da Google, Apple e Samsung, utiliza uma técnica chamada PWM dimming (modulação por largura de impulso) para ajustar os níveis de brilho do ecrã. Esta tecnologia consiste em intermitências extremamente rápidas da luz de fundo para simular diferentes intensidades de brilho, sem alterar diretamente a potência da luz emitida.
No entanto, quando a frequência dessa intermitência é demasiado baixa — como os 240Hz registados nos modelos atuais do Pixel 9 —, alguns utilizadores mais sensíveis reportam desconfortos visuais. Isto inclui sintomas como fadiga ocular, dores de cabeça persistentes e, em casos mais extremos, enxaquecas ou visão desfocada.

Google admite falhas e aponta para melhorias
Confrontada com estas queixas, a Google respondeu recentemente através de um porta-voz oficial que as equipas de desenvolvimento “estão cientes e a investigar o problema”. Embora não tenham confirmado diretamente quais os dispositivos que irão beneficiar das correções, foi indicado que “são esperadas melhorias ainda este ano”, o que aponta claramente para a próxima geração de smartphones Pixel.
A expectativa é que o Pixel 10 introduza uma frequência de PWM mais elevada, o que pode reduzir significativamente os sintomas relatados pelos utilizadores mais sensíveis. Apesar de os detalhes técnicos ainda não terem sido revelados, a mudança colocaria a Google em linha com marcas chinesas como a Xiaomi e a Oppo, que já implementaram tecnologias com frequências superiores a 1900Hz nos seus modelos mais recentes.
A concorrência já tomou a dianteira
A evolução da tecnologia de ecrãs não tem sido uniforme entre os fabricantes. Enquanto a série Xiaomi 15 utiliza modulação a 1920Hz e o Oppo Find X8 Pro vai ainda mais longe com 2160Hz, o topo de gama da Samsung, o Galaxy S25 Ultra, permanece nos 492Hz — ainda longe dos rivais chineses.
Estas diferenças colocam pressão adicional sobre a Google para acompanhar os avanços e garantir que os seus dispositivos não apenas oferecem uma excelente qualidade de imagem, mas também cuidam do bem-estar dos seus utilizadores.
Utilizadores esperam por respostas concretas
Com o lançamento do Pixel 10 previsto para mais tarde este ano, os olhos estão postos na Google para saber se a empresa irá, de facto, resolver uma questão que tem afetado uma parte significativa da sua base de utilizadores. Até lá, muitos continuam a recorrer a alternativas de fabricantes que já oferecem ecrãs mais amigos da saúde visual.
Se usas frequentemente o smartphone em ambientes de pouca luz ou tens historial de enxaquecas, vale a pena manter-te atento às especificações do próximo modelo da Google. Uma melhoria na frequência de modulação poderá fazer toda a diferença na tua experiência diária.
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