A Meta acaba de fazer um dos movimentos mais agressivos e dispendiosos na sua história para recuperar terreno e assumir a liderança na área da inteligência artificial. Numa operação avaliada em cerca de 13,3 mil milhões de euros, a empresa de Mark Zuckerberg adquiriu 49% da Scale AI, uma peça fundamental no treino de modelos de IA, e contratou o seu CEO, Alexandr Wang, para liderar uma nova e ambiciosa divisão focada em construir “superinteligência”. Esta é uma aposta clara de que, para a Meta, o futuro passa por dominar esta tecnologia a qualquer custo.
Uma nova liderança para uma nova era de IA
O ponto central deste acordo gigantesco é a contratação de Alexandr Wang. Considerado um dos nomes mais brilhantes da sua geração, Wang tornou-se o mais jovem bilionário self-made do mundo aos 21 anos, graças à sua participação na Scale AI. Agora, ele transita para a Meta, onde vai reportar diretamente a Mark Zuckerberg. A sua missão é clara: criar e liderar um novo laboratório de IA dentro da empresa, com o objetivo final de desenvolver o que está a ser descrito como “superinteligência”.
Para garantir que Wang se pode focar totalmente neste novo desafio, a Scale AI já nomeou um sucessor interino. Jason Droege, o antigo diretor de estratégia da empresa, assumirá o cargo de CEO, enquanto Wang permanecerá no conselho de administração para acompanhar a transição.
A Meta promete partilhar mais detalhes sobre esta nova equipa e os seus objetivos nas próximas semanas, mas o sinal para o mercado é inequívoco: a empresa está a reestruturar-se para colocar a IA no centro de tudo.

A caça aos melhores talentos do mercado
Esta contratação de alto perfil não é um caso isolado. Faz parte de uma estratégia muito mais vasta e agressiva liderada pessoalmente por Mark Zuckerberg para montar uma equipa de elite. Fontes próximas do processo revelam que o fundador da Meta tem estado a contactar diretamente os melhores investigadores de IA de empresas rivais, como a Google.
A abordagem é surpreendentemente pessoal e direta. Zuckerberg tem enviado e-mails ou mensagens de WhatsApp para os alvos que pretende recrutar, oferecendo-lhes pacotes de compensação astronómicos, que chegam aos sete e oito dígitos anuais.
Esta tática de “caça de talentos” mostra o quão determinado ele está em reunir as mentes mais brilhantes da indústria sob o mesmo teto, para trabalharem sob a alçada de Wang na nova divisão de superinteligência.
A importância estratégica da Scale AI
Para perceberes a dimensão deste investimento, é fundamental entender o que faz a Scale AI. A empresa, que conta com mais de 1.500 funcionários, tornou-se um parceiro crítico para quase todos os grandes nomes da IA, incluindo a Google, a OpenAI e a Anthropic.
O seu negócio consiste em fornecer os dados anotados e rotulados que são essenciais para treinar os modelos de linguagem. Essencialmente, são os trabalhadores humanos da Scale AI que “ensinam” as inteligências artificiais a interpretar dados, um trabalho muitas vezes realizado por mão de obra de baixo custo fora dos Estados Unidos.
Ao adquirir uma participação tão significativa e ao trazer o seu líder para dentro de casa, a Meta não está apenas a comprar tecnologia ou uma empresa; está a internalizar uma parte crucial e fundamental da cadeia de desenvolvimento da IA.
Esta jogada dá-lhe uma vantagem estratégica, garantindo acesso privilegiado ao processo que alimenta e melhora os modelos de inteligência artificial mais avançados do mundo.
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