Contrariando as previsões iniciais que apontavam para 2025, a Stellantis anunciou que irá iniciar a produção de carros elétricos em Mangualde ainda este ano. A informação foi avançada pelo CEO do grupo, Carlos Tavares.
Em 2023, a unidade de Mangualde registou um ano recorde de produção, com 84 mil veículos produzidos para várias marcas, incluindo Opel, Fiat, Peugeot e Citroën.
Carros elétricos em Mangualde já este ano
A partir de 2024, a Stellantis começará a fabricar carros elétricos em Mangualde. A notícia foi dada pelo CEO do grupo, o português Carlos Tavares, à margem do congresso da Ordem dos Engenheiros.
Carlos Tavares tinha anteriormente apontado que a produção de carros elétricos em Mangualde apenas aconteceria depois de 2025, mas o bom ano que as instalações portuguesas conseguiram em 2023 e a necessidade que o grupo sente de avançar com a sua estratégia elétrica, levaram a que o começo da produção de carros elétricos em Mangualde avance já este ano.
Com 84 mil veículos produzidos o ano passado, as instalações de Mangualde são – de acordo com Carlos Tavares – a melhor fábrica do grupo na Europa no que se refere à qualidade e custos.
Questionado sobre a disponibilidade do grupo para participar em movimentos de consolidação, Carlos Tavares afirmou que a empresa está preparada para aproveitar qualquer oportunidade que surja, desde que tenha capacidade financeira.
Preço dos carros elétricos é problema
O CEO da Stellantis alertou para os riscos associados aos preços dos carros elétricos e à falta de alternativas de mobilidade para a classe média. Reiterou que a empresa mantém uma posição de proteção de uma determinada margem de rentabilidade, para poder aproveitar oportunidades e competir com os fabricantes chineses de veículos elétricos.
Concorrência chinesa e riscos sociais
Tavares alertou para os fabricantes chineses, que dispõem de condições de produção mais vantajosas, e alertou para os riscos sociais resultantes desta concorrência.
Para o gestor, “a indústria chinesa está a fazer muito bem o seu trabalho”e já consegue colocar no mercado automóveis a preços semelhantes aos que são movidos por motores a combustão.
Para fazer frente à concorrência chinesa, Tavares defendeu a necessidade de consolidação a nível europeu. No entanto, para que isso aconteça, é necessário que os reguladores europeus permitam a criação de empresas de maior dimensão na região, sem colocarem entraves à formação de grandes grupos.
Segundo o CEO da Stellantis, a indústria automóvel europeia, que emprega 14 milhões de pessoas, poderá ser ameaçada se os fabricantes chineses, que são três a quatro vezes maiores, dominarem o mercado.
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