A internet das coisas ou Internet of Things (IoT) veio para ficar, este facto está ganhar muita força e está agora ser aplicado à monitorização de colmeias e das suas habitantes – as abelhas.
Este pequeno ser tem uma importância gigante para a vida na Terra como a conhecemos. A polinização, transporte de pólen, permite a fecundação das flores e consequente desenvolvimento de frutos e sementes.
A polinização é indispensável, pois é através dela que cerca de 80% das plantas se reproduzem. Como referiu Albert Einstein “se as abelhas desaparecerem, os humanos também desaparecerão em quatro anos”.
A apicultura, criação de abelhas, permite atualmente a colheita de diversos produtos, tais como o mel, geleia real, pólen, cera de abelha, veneno de abelha e o própolis. Mas este convívio com o homem apresenta também um efeito devastador sobre a sua capacidade de sobrevivência. É assim que dois engenheiros de Castelo Branco em conjunto com uma equipa científica, se encontra a desenvolver 2 produtos que irão sem dúvida trazer algumas respostas relativamente aos problemas atuais das colónias de abelhas. Aplicando uma série de sensores, cuidadosamente desenvolvidos para o efeito, conjugados com sistemas de comunicação foi criado assim um mecanismo que permite transformar a colmeia num sistema que envia dados importantes sobre o habitat das abelhas. Desta forma tornou-se a colmeia e as suas habitantes numa das áreas em que a Internet das coisas está inserida. A equipa do projeto criou 2 dispositivos que transformam a apicultura numa das áreas em que a precisão está agora a começar a dar os seus primeiros desenvolvimentos.
O primeiro produto apresenta-se como um sistema de recolha de dados de precisão tais como, temperatura, humidade e a mais importante, o peso da colmeia. É um sistema não-invasivo, não perturbando o ambiente saudável da colmeia.
O apicultor pode com este produto consultar todos os dados das suas colmeias através de uma ferramenta online que apresenta todos os dados em formato gráfico, com sistema de alertas e até mesmo ferramentas de exportação de dados. Atualmente estão a ser desenvolvidos sistemas de análise de dados de modo a descobrir padrões que forneçam indicações de futuros problemas. Tudo isto funcionará em tempo real com os dados recolhidos das colmeias.
A informação disponibilizada permite ao apicultor fazer aferições de modo a atuar em conformidade com as situações. Este dipositivo possibilita observar o desenvolvimento da colónia, identificar os níveis de atividade, mudanças no enxame, as condições atmosféricas, e quais as colmeias com mais desenvolvimento. Atualmente está em funcionamento uma unidade de testes na Escola Superior Agrária de Castelo Branco:
O segundo dispositivo foi desenhado especialmente para combater a onda de assaltos a colmeias que se tem vindo observar. São muitos os apicultores a sofrerem danos materiais e monetários com os roubos de colmeias. Assim, este produto foi criado para detetar assaltos a colmeias tendo em perspetiva garantir a produtividade das mesmas; os sistemas existentes no mercado são intrusivos e desatualizados em termos de tecnologia de localização.
Este produto de pequenas dimensões está preparado para ter uma durabilidade e longevidade em termos energéticos bastante elevados.
Em caso de assalto esta unidade inicia um processo de recolha de localização. O apicultor poderá consultar os dados na plataforma online, onde será apresentado um mapa com a localização da sua colmeia. Poderá ainda receber os dados via SMS. Especialmente a pensar na produtividade estes dispositivos possuem um sistema inteligente de modo a que o apicultor possa fazer a manutenção à colmeia sem despoletar alertas. Uma das grandes vantagens deste produto é o uso de sistemas de comunicação de baixo custo já integrados e as suas reduzidas dimensões, estamos a falar de um dispositivo que pode ficar dentro da colmeia sem perturbar o bom funcionamento ou diminuir a sua produtividade, ficando fora de vista dos larápios.
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