Um centro de dados gigantesco, dedicado à cloud e inteligência artificial, está a caminho de se tornar a maior infraestrutura do género na Europa. Localizado em Hertfordshire, a menos de 30 km do centro de Londres, o complexo foi aprovado pelas autoridades locais e promete redefinir os padrões tecnológicos e energéticos do continente.
A identidade da empresa por trás do projeto permanece envolta em mistério, mas especula-se que seja uma das gigantes da cloud: AWS, Microsoft, Google ou Meta. A DC01 UK Ltd, responsável pelo pedido de licenciamento, mantém o suspense, afirmando que “há conversas ativas” com potenciais inquilinos.

Impacto energético e sustentabilidade em debate
O futuro data center vai exigir 400 MVA (Megavolt-Ampere) da rede elétrica britânica, energia suficiente para abastecer 20.000 habitações. A explicação? Sistemas de IA e cloud em escala massiva exigem uma potência equivalente à de pequenas cidades.
Apesar da pegada energética, a DC01 UK garante compromissos ambientais:
- 54% dos 85 acres do terreno serão reservados como áreas verdes;
- A construção inclui parcerias para modernizar transportes locais, como novas rotas de autocarros e expansão do sistema de bicicletas partilhadas.
Motor económico ou desafio logístico?
O projeto traz números impressionantes para a economia regional:
- £3,75 mil milhões investidos durante a construção (2027–2030);
- 500 empregos diretos na fase de obras e 200 posições permanentes após a conclusão;
- £21,4 milhões anuais em impostos locais quando operacional.
A longo prazo, estima-se um impacto de £1,1 mil milhões por ano no PIB britânico, graças a efeitos indiretos em setores como telecomunicações e serviços técnicos.
Rumo à liderança europeia em cloud e inteligência artificial
A localização estratégica, próxima da autoestrada M25 e da subestação Elstree, não é acidental. O Reino Unido posiciona-se como hub europeu para data centers de IA, alinhado com o “Plano de Ação para Oportunidades em IA” lançado pelo governo em 2023.
Cronograma ambicioso
- 2027: Início das obras;
- 2030: Entrada em operação, após três anos de construção.
A corrida por capacidade de computação para IA explica a necessidade de infraestruturas desta magnitude. Especialistas alertam, contudo, para o risco de pressão excessiva nas redes elétricas — um desafio que já levou a restrições a data centers no centro de Londres.
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