A Apple concordou em pagar 20 milhões de dólares para encerrar uma ação coletiva movida nos Estados Unidos devido a mau funcionamento de baterias em modelos do Apple Watch Series 1, 2 e 3. O acordo judicial, que não abrange utilizadores portugueses, surge após relatos de que as células energéticas inchavam progressivamente, comprometendo a estrutura dos dispositivos.
Os utilizadores elegíveis — residentes nos EUA que reportaram o problema à Apple entre 2015 e 2024 — receberão entre 20 e 50 dólares, dependendo do número total de participantes. A empresa mantém a posição de que “não existe defeito de fabrico”, mas evita assim uma disputa judicial prolongada.

Quem pode reclamar a indemnização?
A elegibilidade exige três condições cumulativas: ter um dos modelos afetados (Series 1, 2 ou 3), residência nos Estados Unidos no momento da queixa e comunicação direta do defeito à Apple entre 4 de abril de 2015 e 6 de fevereiro de 2024. Danos físicos causados pela expansão da bateria — como ecrãs descolados ou estruturas deformadas — reforçam a validade da reclamação.
Os pagamentos ocorrerão automaticamente até dezembro de 2025 para quem preenche os critérios, sem necessidade de ação adicional. Detalhes sobre o processo estão disponíveis no site oficial do acordo, embora o mecanismo não se aplique a utilizadores fora dos EUA.
O que causou o defeito técnico?
Engenheiros de hardware atribuem o problema à combinação entre a degradação natural das baterias de ião-lítio e falhas de design específicas nos modelos iniciais. A proximidade excessiva entre a bateria e o ecrã tátil criava pontos de pressão mecânica durante a expansão térmica. A ausência de sensores capazes de detetar pressão interna anormal impedia o desligamento preventivo, enquanto algoritmos insuficientes de gestão térmica permitiam carregamentos rápidos em temperaturas ambientais elevadas.
Na revisão arquitetónica realizada a partir de 2018, a Apple introduziu múltiplas salvaguardas. Um sistema de ventilação passiva permite a libertação controlada de gases, enquanto uma camada protetora anti perfuração reduz riscos de curtos-circuitos. Algoritmos atualizados limitam automaticamente a velocidade de carregamento quando os termómetros internos detetam temperaturas superiores a 35 °C.
Lições para utilizadores internacionais
Apesar de o acordo judicial não incluir Portugal, especialistas recomendam estas práticas preventivas:
- Verificar regularmente o estado da bateria (Definições > Bateria > Saúde)
- Substituir a bateria ao atingir 80% da capacidade original
- Usar carregadores certificados pela Apple
Para situações de risco — como ecrãs descolados ou pulsantes metálicos deformados — a marca oferece serviço pago de substituição em todo o mundo. Em comunicado, a Apple Europe garantiu que “os casos reportados na UE representam menos de 0,01% das vendas totais”.
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