A The Boring Company, empresa de Elon Musk, uniu-se ao governo de Dubai para criar uma solução radical para o tráfego urbano. O Dubai Loop, anunciado oficialmente no World Governments Summit de 2025, será uma rede de 17 quilómetros de túneis com 11 estações, desenhada para transportar passageiros a velocidades até 160 km/h.
A empresa de Musk utiliza máquinas de perfuração (TBMs) que criam túneis 60% mais depressa do que os métodos tradicionais. Estas máquinas, já testadas em Las Vegas desde 2021, permitem escavar sem interromper a vida à superfície. Cada túnel tem diâmetro suficiente para veículos elétricos autónomos, que funcionarão como táxis subterrâneos.
“É como ter um metro individual que te leva exatamente onde precisas, sem paragens intermediárias”, descreveu um engenheiro envolvido no projeto.
Ligação a zonas críticas
As estações incluirão acesso direto a:
- Centro financeiro internacional
- Aeroporto Al Maktoum
- Expo City Dubai
- Bairros residenciais periféricos

Impacto prático para os residentes
Estima-se que os passageiros poupem 74% do tempo em comparação com os transportes atuais. O custo por bilhete será equivalente ao do metro, segundo fontes oficiais. Para a cidade, a operação terá custos 40% menores que os sistemas ferroviários convencionais.
Os veículos funcionarão com energia solar, contribuindo para a meta de Dubai de se tornar neutra em carbono até 2050. O projeto evitará a emissão de 12 mil toneladas de CO₂ anualmente, equivalente a retirar 2.600 carros das estradas.
Desafios não resolvidos
Críticos apontam riscos como inundações em túneis subterrâneos, problema recorrente em infraestruturas do género. “A água subterrânea na região exige sistemas de drenagem ultra eficientes”, alerta Dra. Amina Nasser, especialista em engenharia civil.
Apesar das promessas, ainda não está claro como o Dubai Loop se conectará ao metro e aos autocarros. “Não podemos criar um sistema paralelo — precisamos de interoperabilidade total”, defende Khalid Al Marri, urbanista.
Cronograma e custos
- 2026: Início da construção
- 2028: Testes com passageiros
- 2030: Operação comercial total
O governo investiu 2,1 mil milhões de dólares na primeira fase, cobrindo 30% do custo total. A The Boring Company financia o restante através de um modelo de parceria público-privada.
“Estamos a redefinir o que significa mobilidade urbana no século XXI”, declarou Musk durante a apresentação do projeto.
Enquanto isso, os moradores mantêm expectativas cautelosas. “Adoraria chegar ao trabalho em 10 minutos, mas já vimos projetos ambiciosos falharem antes”, comenta Rashed Al-Fahim, consultor financeiro que vive no centro da cidade.
Se bem-sucedido, o Dubai Loop servirá como modelo para outras cidades que lutam contra congestionamentos. Singapura e Los Angeles já manifestaram interesse em soluções semelhantes, segundo fontes próximas aos governos.
Esta colaboração entre a visão tecnológica de Musk e a ambição urbana de Dubai pode marcar um ponto de viragem na forma como as megacidades resolvem os seus problemas de transporte.
Outros artigos interessantes: