A plataforma de pesquisa mais utilizada no planeta prepara-se para uma metamorfose tecnológica. Em declarações durante a apresentação dos resultados financeiros, Sundar Pichai revelou que a Google está a reimaginar o seu motor de busca como um assistente de inteligência artificial multifuncional, com lançamento previsto para o próximo ano.
A mudança surge como resposta à ascensão de ferramentas como o ChatGPT e à necessidade de oferecer respostas mais dinâmicas. “A IA permite explorar um universo de perguntas mais complexas. 2025 marcará o início de uma nova era para a pesquisa”, afirmou o CEO.
Projeto Astra: a visão além do ecrã
Desenvolvido pela DeepMind, este sistema multimodal analisa vídeo em tempo real através de óculos inteligentes. Imagine apontar o dispositivo para um monumento histórico e receber instantaneamente:
Contexto histórico com datas relevantes
Curiosidades pouco conhecidas
Rotas turísticas relacionadas
“Esta tecnologia elimina a barreira entre o físico e o digital”, destacou Pichai durante a demonstração técnica.
Deep Research: o investigador automático
Esta funcionalidade promete revolucionar trabalhos académicos e relatórios profissionais. Em vez de pesquisas manuais no Google Scholar, o algoritmo:
Sintetiza fontes credíveis
Identifica padrões em estudos científicos
Gera documentos estruturados prontos para exportação
Dados internos revelam que testes preliminares reduziram em 70% o tempo gasto na fase de pesquisa documental.
A batalha contra as “alucinações digitais”
Apesar do entusiasmo, a Google reconhece desafios técnicos. Versões iniciais do sistema produziram respostas incoerentes, incluindo:
Recomendações gastronómicas perigosas
Interpretações erróneas de dados médicos
Cronologias históricas distorcidas
Para combater estas falhas, a empresa implementou um sistema de verificação em três camadas que cruzará dados de:
Fonte de Verificação
Taxa de Precisão
Base de dados certificada
99,8%
Fact-checkers humanos
97,3%
Modelos contraditórios
96,1%
O impacto no mercado tecnológico
A aposta da Google coincide com:
Crescimento de 13% nas receitas de pesquisa em 2024
Aumento de 15% no valor das ações após o anúncio
Expansão do Gemini para 48 idiomas
Analistas da Morningstar projetam que estas inovações podem capturar 30% do mercado de assistentes virtuais até 2026. Contudo, especialistas alertam para riscos de concentração de poder tecnológico e dependência excessiva de sistemas automatizados.
À medida que 2025 se aproxima, a grande questão permanece: conseguirá a Google equilibrar inovação com responsabilidade, ou assistiremos ao nascimento de um monopólio cognitivo? A resposta moldará não apenas o futuro da pesquisa online, mas a própria forma como adquirimos conhecimento.
Frequentou a licenciatura de Desporto em Setúbal e atualmente reside na Letónia. Apaixonado por novas tecnologias e fã do "pequeno" Android desde 2009.