Se és fã de Fortnite e utilizador de iPhone nos Estados Unidos, temos notícias que certamente te vão animar e que muitos aguardavam com expetativa. Após uma ausência de cinco longos anos, o popular jogo battle royale está finalmente de volta à App Store norte-americana. Este regresso, confirmado esta semana, surge no culminar de uma prolongada e, por vezes, acesa batalha legal entre a Epic Games, a criadora do Fortnite, e a gigante tecnológica Apple.
Este desenvolvimento é um marco importante numa disputa que tem sido acompanhada de perto por jogadores e pela indústria tecnológica em geral. E não se fica apenas pelos Estados Unidos: desde terça-feira que o Fortnite também ficou disponível na União Europeia através da Epic Games Store e da AltStore, alternativas que surgiram no contexto das novas regulações europeias. A Epic Games indicou, numa publicação na rede social X, que o jogo deverá aparecer em breve nas pesquisas da App Store.

Uma ausência de cinco anos que chega ao fim
Para perceberes a dimensão deste regresso, é preciso recuar a 2020. Nesse ano, a Apple removeu o Fortnite da sua loja de aplicações de forma abrupta. A polémica estalou quando a Epic Games implementou um sistema de pagamento direto dentro do jogo. Esta opção permitia aos jogadores adquirirem a moeda virtual do Fortnite, os V-Bucks, com um desconto de 20% se o fizessem através do sistema da Epic, contornando assim o sistema de pagamentos da App Store e, consequentemente, as comissões cobradas pela Apple.
A resposta da Epic Games não se fez esperar: a empresa avançou com um processo legal contra a Apple, acusando-a de manter práticas monopolistas e de abuso de posição dominante no mercado de distribuição de aplicações para iOS. Este foi o início de uma longa contenda judicial com implicações significativas para ambas as empresas e para o ecossistema de aplicações móveis.
A batalha legal que abriu caminho ao regresso
A reviravolta neste caso começou a desenhar-se nos tribunais. Uma decisão judicial considerou que a Apple estava, de facto, em “violação intencional” das regras que proíbem a fixação de preços anticompetitivos. Este foi um ponto crucial.
No seguimento dessa primeira vitória para a Epic, no mês passado, uma nova decisão judicial veio reforçar a sua posição: o tribunal ordenou que a Apple tem de permitir que os programadores de aplicações possam direcionar os utilizadores para sistemas de pagamento externos à App Store. Mais importante ainda, a Apple foi impedida de cobrar taxas sobre essas transações realizadas fora da sua plataforma. Esta medida visou promover uma maior concorrência e oferecer mais opções tanto aos programadores como aos utilizadores.
O processo de reaprovação e os últimos obstáculos
Munida destas decisões judiciais, a Epic Games voltou a submeter o Fortnite à App Store para aprovação. No entanto, o processo não foi imediato e enfrentou algumas demoras. A Epic chegou mesmo a acusar publicamente a Apple de estar a bloquear deliberadamente o regresso do jogo, tanto nos Estados Unidos como na União Europeia, apesar das ordens judiciais.
A situação parece ter sido desbloqueada no início desta semana. A Juíza Distrital dos EUA, Yvonne Gonzalez Rogers, que tem acompanhado o caso, emitiu uma intimação na qual indicava que a Apple deveria aprovar a submissão da Epic ou, em alternativa, apresentar uma justificação legal sólida para manter o bloqueio. Esta intervenção judicial foi, ao que tudo indica, o catalisador final para que o Fortnite pudesse finalmente regressar à loja de aplicações da Apple nos EUA.
O que significa este regresso para os jogadores?
Para ti, enquanto jogador nos Estados Unidos, a notícia é simples e direta: a longa espera terminou. Em breve, poderás voltar a descarregar e a mergulhar no universo Fortnite diretamente a partir da App Store no teu iPhone, juntando-te a milhões de outros jogadores em todo o mundo.
Este desfecho não só traz de volta um dos jogos mais populares do planeta aos dispositivos da Apple nos EUA, como também poderá ter repercussões na forma como as lojas de aplicações operam e na relação entre as grandes plataformas e os criadores de software.
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