O investimento em Inteligência Artificial (IA) acelera a nível global. Estudos recentes indicam que uma em cada três empresas planeia investir mais de 25 milhões de dólares em IA durante 2025. Esta tendência é corroborada por decisores financeiros, dos quais 58% preveem aumentar o investimento nesta tecnologia durante o ano corrente, segundo o estudo SAP Concur CFO Insights 2025.
O mercado português reflete esta realidade, com um crescimento anual de 17% na adoção de IA por parte das empresas (Fonte: AWS & Strand Partners). Contudo, o sucesso da implementação desta tecnologia não depende apenas do capital investido. Exige um planeamento rigoroso que abrange a estratégia, a gestão de dados e a integração dos recursos humanos.

IA nas empresas: a definição da estratégia e da colaboração interna
O ponto de partida para a integração da IA nas empresas passa pela definição de objetivos claros. As equipas de tecnologias de informação (TI) devem colaborar com os restantes departamentos para identificar os casos de uso relevantes e os indicadores de desempenho (KPIs) que permitam medir os ganhos de eficiência ou a precisão das novas ferramentas.
Esta colaboração interdepartamental é um fator central. Segundo dados da SAP Concur, 54% dos responsáveis de TI reconhecem os benefícios de uma cooperação com o setor financeiro na definição de estratégias de transformação digital. Envolver os vários líderes da organização assegura que a implementação da IA está alinhada com os objetivos globais da empresa e cumpre os protocolos de segurança e regulamentação.
A gestão de dados como pilar central
A eficácia dos modelos de IA depende diretamente da qualidade e da acessibilidade dos dados. Fontes de informação isoladas, ou em silos, dificultam a automação de processos e a obtenção de resultados precisos. Por esse motivo, uma implementação bem-sucedida exige uma estratégia de dados integrada.
Esta abordagem implica, frequentemente, a centralização da informação em repositórios unificados, como data lakes ou data warehouses. Este processo permite que os modelos de IA acedam aos dados de forma estruturada, o que facilita a geração de novas análises. O mapeamento das fontes de dados e a sua classificação por níveis de acesso são passos técnicos que contribuem para um processo mais controlado.
O fator humano e a implementação faseada
A adoção de novas tecnologias pode gerar apreensão entre os colaboradores. Um estudo da Deloitte aponta que 28% dos inquiridos manifestam preocupação com o impacto da IA no seu posto de trabalho. Para mitigar esta resistência, é recomendada uma comunicação transparente e a oferta de formação contínua.
A implementação da tecnologia – IA nas empresas – de forma faseada permite que as equipas se adaptem às novas ferramentas de forma gradual. Iniciar com projetos-piloto em áreas específicas, como a auditoria de despesas, possibilita a recolha de dados sobre o desempenho da solução antes de uma expansão a toda a organização. Esta abordagem ajuda a gerir as expectativas e a demonstrar o valor da tecnologia internamente.
Em suma, o retorno do elevado investimento em Inteligência Artificial está condicionado por fatores que transcendem a tecnologia. O sucesso depende de uma abordagem holística que alinhe a estratégia de negócio com uma infraestrutura de dados robusta e, crucialmente, com uma gestão cuidada do capital humano através da formação e de uma transição faseada.
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