O relógio inteligente que deu início à aventura da Google no mundo dos wearables está prestes a despedir-se do suporte de software. O primeiro Google Pixel Watch, lançado há três anos, começou a receber a sua atualização de firmware mais recente, que, segundo os relatórios, parece ser a sua última grande revisão de sistema. É um momento agridoce, pois marca o fim de uma era para um dispositivo que, apesar das suas falhas iniciais, pavimentou o caminho para os modelos mais avançados que temos hoje.
A atualização, com o número de compilação BW1A.251005.003.W, chegou aos dispositivos dos utilizadores nesta semana, mas, ironicamente, não traz as novidades mais recentes. Em vez disso, é um pacote de estabilidade e correção, que, segundo a descrição oficial, contém apenas “atualizações de segurança e correções de bugs”.
O último suspiro de software: o que traz esta atualização?
Para quem esperava novas funcionalidades, a notícia pode ser um pouco desapontante. Esta atualização não introduz grandes melhorias de interface ou novas capacidades de saúde. O seu foco é puramente técnico: corrigir problemas e garantir a segurança do sistema até que o seu ciclo de vida termine.
Uma das notas mais curiosas é que, apesar de ser lançada em outubro, esta atualização ainda se baseia no nível de segurança de setembro, e não no mais recente de outubro. Isto sugere que a correção pode ter sido focada em resolver um problema específico e urgente, em vez de ser uma atualização de rotina.
Para os proprietários do primeiro Pixel Watch, o processo é o habitual: deves verificar a existência da atualização na aplicação Google Pixel Watch no teu smartphone. Se não a receberes de imediato, não te preocupes, pois a distribuição é gradual e deve chegar a todos os dispositivos nas próximas semanas.

O fim de uma promessa de três anos
Quando o primeiro Pixel Watch foi lançado em outubro de 2022, a Google prometeu um suporte de software de três anos. Com a chegada desta atualização em outubro de 2025, a empresa cumpre a sua promessa, marcando o fim oficial do ciclo de grandes atualizações do sistema operativo para este modelo.
Este compromisso de três anos, embora agora pareça curto em comparação com os sete anos que a Samsung está a prometer para os seus tablets económicos, foi um passo importante para a Google na altura. Significou que o seu primeiro wearable iria receber atualizações importantes, como a transição do Wear OS 3.5 para o Wear OS 4.0 e, mais tarde, para o Wear OS 5.0.
A atualização para o Wear OS 5.1, que este update traz, é, portanto, a cereja no topo do bolo de um ciclo de vida de software que tornou o relógio melhor do que aquilo que foi no dia em que o comprámos.
Uma lição sobre a evolução da fórmula Pixel Watch
O primeiro Pixel Watch foi um dispositivo divisivo. Foi elogiado pela sua qualidade de construção premium – o design circular e os materiais eram excelentes. No entanto, foi amplamente criticado por três razões principais: o seu desempenho lento, a fraca autonomia da bateria e os bezels (as molduras à volta do ecrã) demasiado grossos.
A Google, com a sua abordagem metódica, tem vindo a corrigir cada um destes pontos com cada nova geração. O sucessor, o Pixel Watch 2, melhorou o desempenho e a bateria. A geração seguinte, o Pixel Watch 3, provavelmente refinou ainda mais estes aspetos. E agora, com a chegada do Pixel Watch 4 este ano, a plataforma atingiu um nível de maturidade onde a experiência é, finalmente, fluida e fiável.
Esta atualização final para o primeiro modelo serve, assim, como um marco que nos permite olhar para trás e apreciar a evolução. O que começou como um hardware promissor, mas com falhas de software, transformou-se, ao longo de três anos de atualizações, num wearable muito mais competente.
A decisão de não incluir mais grandes novidades faz sentido. A Google está a concentrar todos os seus esforços de desenvolvimento no seu hardware mais recente – o Pixel Watch 4 e o futuro Pixel Watch 5 – e na plataforma Wear OS 6, garantindo que a inovação se foca onde o futuro do seu ecossistema está.
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