O Android teve um início tardio em comparação com o iOS da Apple na batalha inicial pela supremacia nos smartphones. Mas posteriormente cresceu para alcançar uma maior quota de mercado em todo o mundo, e conseguiu isso em grande parte a um poderoso e altamente competitivo parceiro: A Samsung. Mas a Google parece preocupada com o domínio cada vez maior da Samsung no espaço do Android.
A linha da Samsung Galaxy tornou-se para o Android o que o iPhone é significa para iOS, apesar do hardware e software ser proveniente de empresas completamente distintas. Mas A Google muito especificamente não criou o Android para ser associado a uma marca apenas. Como tal, faz sentido para a gigante de busca estar um pouco “nervosa” em relação à crescente influência da Samsung no mercado. Esta aparente preocupação da Google foi avançada por fontes dentro da empresa ao jornal WSJ.
Aliás os mais altos responsáveis da Google estão preocupados que o volume de negócios que a Samsung está a realizar, devido ao crescimento do Android associada às vendas da sua linha Galaxy, poderá levar a um aumento ainda maior da influência que a sul-coreana tem no mercado.
Mas o que é que este aumento de peso da Samsung perante a Google pode originar?
Este cenário confere um maior poder de negociação resultante da influência no mercado da empresa sul-coreana e pode levar a eventuais negociações com a Google para alterar os termos de seu acordo de licenciamento do Android. Um dos pontos principais de preocupação para a Google é a Samsung querer renegociar as receitas que o gigante de buscas vai buscar em anúncios. Isto significa que poderá mesmo estar em jogo a “galinha dos ovos de ouro” para a Google já que esse cenário pode obrigá-la a ter de repartir os milhões de dólares que ganha em publicidade com a Samsung.
Para que possa ter uma perspectiva informada do problema deixamos aqui alguns dados importantes. A Samsung no que se refere a vendas de dispositivos Android, despachou das suas fábricas cerca de 215,8 milhões smartphones para todo o mundo durante o ano de 2012. Foi ainda responsável por 40,6 por cento das vendas de smartphones Android e 27,9 por cento das vendas de tablets Android, durante o quarto trimestre 2012 de acordo com a IDC. Em ambos os segmentos (smartphones e tablets) a Samsung está acima de qualquer um dos seus concorrentes mais próximos.
O fabricante de Smartphones mais próximo tem menos de 10% de quota de mercado, o que significa que apesar de alguns fabricantes emergentes, como a ZTE e a Huawei mostrarem sinais de um crescimento considerável, o domínio da Samsung no futuro próximo está praticamente garantido.
O WSJ diz que o responsável máximo do Android na Google, Andy Rubin apontou a Samsung como uma ameaça potencial numa reunião de executivos no ano passado, e ao que parece referiu-se a recém-comprada Motorola como uma espécie de “apólice de seguro” contra o domínio da Samsung.
Contudo, a realidade é bem diferente e a Motorola não tem ajudado até agora. Na verdade só tem perdido quota de mercado desde que foi adquirida pela Google. Mas a Motorola pode ainda ser o gigante adormecido que a Google precisa para estabelecer o equilíbrio no ecossistema do Android. Afinal a empresa foi agressivamente reestruturada pela Google, por isso é possível que estejamos perante uma divisão de hardware focada e com uma direcção totalmente nova.
Aliás já há algum tempo se aponta na imprensa a existência de um “Phone X”, isto é o primeiro fruto do trabalho da nova Motorola dirigida pela Google. Será que isto pode de facto representar o primeiro Smartphone 100% da Google? Relembramos que embora linha Nexus pertença à Google a empresa apenas participa na componente de software dependendo de parceiros OEM para fabricar os “Nexus”.
A razão pela qual Google precisa incentivar um forte concorrente à Samsung no mercado, por seu intermédio ou através de um dos seus parceiros de OEM, resume-se a manter a sua receita de publicidade. A Samsung já recebeu mais de 10 por cento da receita publicitária impulsionada pelos seus dispositivos e gerada por intermédio dos serviços da Google . Mas ao que tudo indica sul-coreana parece estar interessada em obter uma fatia maior do “bolo” publicitário.
Talvez estes rumores sejam o início do fim de uma parceria de sucesso. Ou talvez, sejam mesmo rumores de fontes não credíveis com intuito de desestabilizar a relação entre as duas empresas e que valem o que valem. Teremos que observar como a relação entre os dois gigantes evoluem. Via WSJ
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