O final da semana foi abalado pela notícia de que o governo norte-americano teria acesso direto aos servidores das maiores redes sociais do mundo, nomeadamente da Apple, do Facebook e do Google. As duas empresas apressaram-se a desmentir a notícia e o CNET diz que tudo não passou de um má interpretação de um PowerPoint.
A notícia de que a NSA – a agência de segurança norte-americana – teria acesso direto aos servidores da Google e da Facebook tinha a chancela do prestigiado jornal New York Times e por isso muitas campaínhas de alarme tocaram em todo o mundo. De tal maneira que quer Larry Page quer Mark Zuckerberg vieram a público desmentir pessoalmente a informação. E os dois afirmam nunca ter ouvido antes do PRISM, o suposto programa de espionagem montado pela agência.
Aliás, tudo não terá passado de um mal-entendido e o próprio jornal já começou a recuar na afirmação, apesar de manter que existem conversações nesse sentido. O CNET afirma mesmo – citando fontes dentro da NSA e o autor de um livro sobre o mundo das secretas norte-americanas – que o PRSIM não é um programa de obtenção de dados mas um software de processamento de dados desclassificado.
Tudo não terá passado de um gigantesco mal-entendido mas suficientemente grave para ter posto os líderes da Facebook e da Google a escrever diretamente aos usuários.
A reacção de Zuckerberg
Num raro post no Facebook, Zuckerberg é taxativo:
“O Facebook não faz nem nunca fez fazer parte de nenhum programa que dê aos Estados Unidos ou a qualquer outro governo acesso aos nossos servidores. Nós nunca recebemos um pedido guarda chuva ou ordem judicial de qualquer órgão do governo pedindo informações ou metadados em massa, como a Verizon teria recebido. E, se o fizéssemos, iríamos combatê-la de forma agressiva. Não tinhamos sequer ouvido falar do PRISM antes de ontem.
Quando os governos pedem à Facebook dados, analisamos cada pedido cuidadosamente para ter certeza de que seguem os processos corretos e todas as leis aplicáveis, e só então fornecemos a informação se for exigida por lei. Vamos continuar a lutar agressivamente para manter sua informação segura.
Nós incentivamos todos os governos a ser muito mais transparentes sobre todos os programas que visam manter a segurança pública. É a única forma de proteger as liberdades civis de todos e criar a sociedade segura e livre que todos queremos a longo prazo.”
A resposta de Larry Page
Já Larry Page escreveu na sua conta no G+:
“Você pode conhecer os relatos da imprensa, alegando que empresas de Internet se juntaram a um programa secreto do governo dos EUA chamado PRISM para dar à Agência de Segurança Nacional acesso direto aos nossos servidores. Como CEO do Google e diretor jurídico, eu queria que você conhecesse os fatos.
Primeiro, nós não aderimos a qualquer programa que daria ao governo EUA ou qualquer outro governo acesso direto aos nossos servidores. Na verdade, o governo dos EUA não tem acesso direto ou “porta dos fundos” para as informações armazenadas em nossos centros de dados. Não tinha ouvido falar de um programa chamado PRISM até ontem.
Em segundo lugar, nós fornecemos aos governos dados de usuário apenas de acordo com a lei. Nossa equipe de advogados analisa cada pedido e, freqüentemente, nãos o satisfaz quando as solicitações são excessivamente amplas ou não seguem o procedimento correto. Relatos da imprensa que sugerem que o Google está fornecendo acesso aberto aos dados dos nossos usuários são falsas, ponto.
Até aos relatos desta semana, nunca tinha ouvido falar do tipo de ordem ampla que a Verizon recebeu – uma ordem que parece ter-lhes exigido a entrega de milhões de registros de chamadas dos usuários. Ficamos muito surpresos ao saber que tais ordens amplas existem. Qualquer sugestão de que o Google está a divulgar de informações sobre a atividade de Internet dos nossos usuários em tal escala é completamente falsa.
Por fim, este episódio confirma o que há muito tempo acreditava – é preciso haver uma abordagem mais transparente. A Google tem trabalhado duro, dentro dos limites das leis atuais, para ser aberto sobre as solicitações de dados que recebemos. Nós publicamos esta informação em nosso Relatório de Transparência sempre que possível. Fomos a primeira empresa a fazer isso. E, claro, entendemos que os governos dos EUA e outros precisam tomar medidas para proteger a segurança, incluindo, por vezes, usando a vigilância de seus cidadãos. Mas o nível de sigilo em torno dos procedimentos legais em vigor mina as liberdades que todos nós prezamos”.
Fonte: CNET
Fonte da imagem: NSA
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