A fabricante alemã prepara-se para revolucionar o mercado automóvel europeu com uma nova geração de veículos elétricos a preços acessíveis. O objetivo? Bater de frente com fabricantes asiáticos como a Xiaomi e a BYD, que ameaçam dominar o segmento económico.
A Volkswagen confirmou o desenvolvimento de um veículo elétrico com preço inicial de 20.000 euros, integrado numa família de oito modelos com valores entre os 20.000 e os 25.000 euros. A primeira imagem deste projeto — ainda sem nome comercial — revela um design compacto e moderno, herdando traços icónicos do clássico Beetle.
Thomas Schäfer, CEO da marca, sublinha que esta iniciativa pretende “tornar a mobilidade elétrica atrativa para todos”, posicionando-se como alternativa credível às propostas chinesas. A chave deste plano está na nova plataforma SSP, concebida para reduzir custos de produção sem comprometer a qualidade.

Tecnologia partilhada entre marcas do grupo
A arquitetura SSP não servirá apenas para modelos da Volkswagen — estará disponível para outras marcas do conglomerado, incluindo a Seat. Esta partilha tecnológica permitirá:
- Acelerar o desenvolvimento de novos veículos
- Reduzir preços através de economias de escala
- Oferecer diferentes opções de design dentro da mesma gama
ID.2all: o primeiro modelo da nova era
Embora o modelo de 20.000 euros só chegue em 2027, a marca antecipa o lançamento do ID.2all ainda este ano. Com um preço estimado de 25.000 euros, este veículo combina:
- Dimensões externas semelhantes às do Volkswagen Polo
- Espaço interior comparável ao Golf
- Autonomia anunciada de 450 km
Apesar do foco na acessibilidade, a Volkswagen garante que não haverá compromissos na segurança ou no desempenho. Os detalhes técnicos permanecem sob sigilo, mas fontes internas sugerem o uso de baterias LFP (Lithium Ferro Fosfato), tecnologia mais económica que as células tradicionais.
Batalha pelo domínio do mercado europeu
Esta ofensiva de preços coloca a Volkswagen em rota de colisão direta com fabricantes chineses que planeiam expandir-se na Europa. A Xiaomi, recentemente entrada no setor automóvel, e a BYD, líder global em vendas de elétricos, preparam modelos competitivos na mesma faixa de preço.
Analistas apontam três fatores críticos nesta corrida:
- Velocidade de implementação das redes de produção
- Eficiência nas cadeias de abastecimento de baterias
- Capacidade de adaptação às regulamentações europeias
A aposta da Volkswagen reflete uma mudança de paradigma na indústria automóvel. Ao contrário da tendência inicial de focar em veículos premium, os fabricantes reconhecem agora a necessidade de opções económicas para acelerar a transição energética.
Para quem procura um carro elétrico, este cenário competitivo traz benefícios tangíveis: a diversificação de modelos disponíveis permite selecionar opções que se adaptem melhor às necessidades individuais, enquanto a rivalidade entre fabricantes exerce pressão para reduções progressivas de preços.
Ao mesmo tempo, esta corrida tecnológica estimula avanços mais rápidos em áreas como autonomia das baterias, tempos de carregamento e sistemas de conectividade, num círculo virtuoso que termina por beneficiar diretamente o utilizador final.
A concretização destes planos poderá redefinir o mapa automóvel europeu, colocando as marcas tradicionais e os novos concorrentes asiáticos num duelo tecnológico e comercial sem precedentes. Resta saber se a herança industrial alemã conseguirá superar a agilidade e os custos reduzidos da produção chinesa.
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