O mercado global de veículos elétricos continua a acelerar a um ritmo impressionante, mas a história de 2025 é cada vez mais sobre um protagonista principal: a China. As vendas globais atingiram os 7,2 milhões de unidades até maio, um aumento de 28% em relação ao mesmo período de 2024.
Só no mês de maio, foram vendidos 1,6 milhões de veículos elétricos em todo o mundo. No entanto, por trás destes números, esconde-se uma realidade de dois ritmos, com o mercado chinês a quebrar recordes e a distanciar-se cada vez mais do resto do mundo, especialmente da América do Norte, que mostra sinais preocupantes de estagnação.

O domínio chinês continua a acentuar-se
O desempenho da China em maio foi simplesmente esmagador. O país tornou-se o primeiro a ultrapassar a marca de um milhão de veículos elétricos vendidos num único mês em 2025, um feito que já tinha alcançado em agosto do ano anterior. Este número representa um crescimento de 33% em relação a maio de 2024 e um aumento de 10% em comparação com o mês de abril. No total, já foram vendidos 4,4 milhões de elétricos na China este ano, o que representa mais de 60% do mercado global.
E os fabricantes chineses não mostram sinais de abrandar. A BYD, por exemplo, está a expandir agressivamente a sua presença na Europa com novos modelos elétricos e híbridos plug-in.
O seu pequeno utilitário, o Dolphin Surf (conhecido como Seagull na China), acaba de ser lançado no mercado europeu com um preço a rondar os 23.250 €, um valor altamente competitivo. Estrategicamente, por ser um híbrido, este modelo escapa às novas tarifas que a União Europeia impôs aos veículos elétricos chineses, o que lhe confere uma vantagem adicional no mercado.
Europa mantém o ritmo, mas América do Norte fica para trás
Enquanto a China dispara, os outros grandes mercados apresentam realidades muito distintas. A Europa consegue manter um crescimento sólido e consistente, mas a América do Norte está a ficar visivelmente para trás na corrida pela eletrificação.
A Europa registou um aumento de 27% nas vendas acumuladas do ano, com um total de 1,6 milhões de veículos elétricos vendidos até maio. Embora mercados consolidados como a Alemanha (+45%) e o Reino Unido (+32%) continuem a ter um bom desempenho, a grande surpresa vem do sul da Europa. A Espanha lidera o crescimento com um impressionante aumento de 72% nas vendas este ano, seguida de perto pela Itália, com 58%.
O otimismo no mercado europeu é ainda reforçado por novas medidas de incentivo. A Alemanha, por exemplo, acabou de lançar um novo pacote de incentivos fiscais e ofertas especiais de depreciação focados nas frotas comerciais. Tendo em conta que os veículos de empresa representam mais de metade do mercado automóvel alemão, espera-se que esta medida dê um impulso significativo às vendas nos próximos meses.
O mercado norte-americano em estagnação
Em forte contraste, a América do Norte (EUA, Canadá e México) apresenta um crescimento anémico de apenas 3%, com 700 mil unidades vendidas. O principal responsável por este abrandamento é o Canadá, onde uma pausa nos subsídios à compra de veículos elétricos provocou uma queda acentuada de 20% nas vendas.
Os Estados Unidos conseguem manter um ligeiro crescimento de 4%, em grande parte graças a um crédito fiscal federal que ainda se encontra em vigor. No entanto, este benefício começará a ser reduzido em 2026 e deverá desaparecer por completo em 2027, isto se não for cancelado antes. Esta situação poderá levar a uma corrida às compras no final do ano, com os utilizadores a tentarem aproveitar o crédito enquanto ainda podem.
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