A NVIDIA apresentou a sua nova plataforma na nuvem, Earth-2, cujo pilar é um modelo de fundação de IA generativa conceptualizado como cBottle — uma abreviação de “Climate in a Bottle” (Clima numa Garrafa). O objetivo é criar simulações do clima global com uma resolução à escala de quilómetros.
Esta tecnologia, anunciada no blog da empresa, foi desenhada para ser milhares de vezes mais rápida e eficiente do que os métodos computacionais tradicionais. A sua finalidade é acelerar a previsão de fenómenos meteorológicos extremos e permitir uma melhor avaliação dos riscos associados às alterações climáticas.

CorrDiff: o motor generativo do cBottle
O motor tecnológico por detrás do conceito cBottle é o CorrDiff, um modelo de difusão latente. Este tipo de IA generativa é treinado com vastos conjuntos de dados — como o ERA5, do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo — para aprender a física da atmosfera. A partir daí, consegue gerar um número ilimitado de cenários meteorológicos fisicamente consistentes.
Segundo a Nvidia, o CorrDiff é 1.000 vezes mais rápido e 3.000 vezes mais eficiente em termos energéticos do que os modelos de previsão numérica convencionais. É capaz de gerar um conjunto de 100 cenários de previsão para um ano inteiro em poucos minutos, uma tarefa que levaria semanas ou meses com os métodos atuais.
Aplicações práticas: da previsão de tufões à gestão de risco
A velocidade e a resolução do modelo permitem aplicações práticas imediatas. A Administração Meteorológica Central de Taiwan, por exemplo, está a utilizar esta tecnologia para prever com maior precisão a localização da chegada de tufões a terra, o que possibilita a emissão de alertas mais atempados para a população.
Outras organizações, como The Weather Company, utilizam os dados gerados pela plataforma Earth-2 para melhorar os seus próprios modelos de previsão. De forma mais ampla, a tecnologia permite a empresas e governos simular o impacto de fenómenos como vagas de calor, secas e inundações, o que facilita a criação de estratégias de adaptação e mitigação de riscos.
Integração na plataforma Omniverse e o futuro dos “gémeos digitais”
As interfaces de programação de aplicações (APIs) da plataforma Earth-2 estão disponíveis através da NVIDIA DGX Cloud. Um dos aspetos mais relevantes da estratégia da empresa é a integração destas APIs com a NVIDIA Omniverse, a sua plataforma para o desenvolvimento e operação de “gémeos digitais” e mundos virtuais em 3D.
Esta integração permitirá que cientistas e empresas não só gerem dados climáticos, mas também os visualizem e interajam com eles de forma imersiva e fotorrealista. O objetivo final é a criação de um “gémeo digital” completo do planeta Terra, uma ferramenta poderosa para a investigação e para a tomada de decisões informadas sobre políticas climáticas.
Em suma, a plataforma Earth-2 e o seu modelo cBottle representam uma aposta significativa da Nvidia na aplicação da IA generativa a um dos maiores desafios globais. Ao combinar modelos de difusão como o CorrDiff com plataformas de visualização como a Omniverse, a empresa procura transformar a climatologia, da investigação fundamental à gestão de risco operacional.
Fonte: Blog oficial da Nvidia
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