O CEO da Anthropic, Dario Amodei, gerou polémica ao afirmar que o sucesso da empresa chinesa de inteligência artificial DeepSeek, mesmo com as restrições de exportação de processadores de IA dos EUA, não significa que essas regras sejam ineficazes. Num estudo publicado recentemente, Amodei defende que o progresso da DeepSeek, embora notável, demonstra na verdade a efetividade das medidas americanas.
“Se olharmos para a DeepSeek, vemos que eles estão cerca de um ano atrás das empresas americanas”, escreveu Amodei. “Isso é consistente com o que esperaríamos se os controlos de exportação estivessem a funcionar.”

DeepSeek: como fazer muito, com pouco?
É inegável que a DeepSeek tem feito progressos impressionantes no desenvolvimento de modelos de IA, mas Amodei argumenta que esses progressos foram alcançados com processadores de IA mais antigos e menos potentes. Imagina o que eles conseguiriam se tivessem acesso aos processadores mais recentes…
“A DeepSeek é uma empresa muito capaz e eles fizeram um trabalho impressionante com os recursos que têm”, reconhece Amodei. “Mas a realidade é que eles estão em desvantagem devido aos controlos de exportação.”
Será que os Estados Unidos vão apertar o cerco?
As declarações de Amodei chegam num momento em que o governo dos EUA considera reforçar ainda mais os controlos de exportação sobre processadores de IA. Alguns especialistas argumentam que os controlos atuais não são suficientes para impedir que a China desenvolva capacidades avançadas de IA, levantando a questão: será que os EUA vão apertar ainda mais o cerco?
Amodei acredita que os controlos de exportação são uma ferramenta crucial para manter a liderança dos EUA na área da IA. Ao restringir o acesso da China aos chips mais avançados, os EUA podem atrasar o progresso chinês e dar às empresas americanas uma vantagem competitiva.
“Os controlos de exportação não são uma solução perfeita, mas são uma ferramenta importante que temos à nossa disposição”, escreveu Amodei. “Precisamos de os usar com sabedoria para garantir que os EUA mantenham a sua liderança na IA.”
DeepSeek: uma breve história de sucesso
Fundada em 2020, a DeepSeek destacou-se rapidamente no panorama da inteligência artificial, desenvolvendo modelos de linguagem capazes de gerar texto semelhante aos humanos e modelos de visão computacional que identificam objetos em imagens.
Mas o caminho da DeepSeek não tem sido isento de obstáculos. Os controlos de exportação dos EUA limitaram o acesso da empresa aos processadores de IA mais avançados, o que dificulta o seu progresso.
A corrida pela inteligência artificial: será justo o rótulo de “nova Guerra Fria”?
O caso da DeepSeek e o debate sobre os controlos de exportação de processadores de IA mostram a crescente importância da IA na economia global. À medida que a IA se torna mais poderosa, é provável que desempenhe um papel cada vez mais importante nas nossas vidas.
Os Estados Unidos e a China estão numa corrida para desenvolver as capacidades de IA mais avançadas. Quem irá liderar esta corrida? O resultado terá implicações consideráveis para o equilíbrio de poder global.
Para evitar uma nova Guerra Fria, desta vez travada no domínio digital, é crucial que os EUA e a China encontrem uma forma de cooperar no desenvolvimento da IA, ao mesmo tempo que abordam as preocupações legítimas de segurança nacional.
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