O Spotify está prestes a aplicar um novo aumento de preços nas suas subscrições em vários países europeus e da América Latina, com início previsto já para este verão. Segundo informações avançadas pelo Financial Times, a plataforma de streaming musical pretende reforçar a sua rentabilidade num contexto em que as suas ações têm registado uma forte valorização no mercado financeiro.
Em concreto, espera-se que o ajuste de preços seja de cerca de 1 euro por mês para os planos individuais. O lançamento da medida deverá ocorrer em junho, atingindo uma vasta gama de mercados. Importa destacar que os Estados Unidos, principal mercado do Spotify, não serão afetados por esta nova vaga de aumentos, uma vez que já experienciaram um acréscimo de preços em julho de 2024.
Nos bastidores, a empresa já deu início a este processo de forma mais discreta, com subidas confirmadas em países como os Países Baixos e o Luxemburgo. Apesar das notícias, o Spotify preferiu não comentar a situação publicamente.

Pressão do setor e a transformação do streaming musical
O crescimento dos preços não surge por acaso. De acordo com fontes ligadas à indústria musical, há uma pressão crescente para que plataformas como o Spotify e a Apple Music atualizem os seus valores, tendo em conta que as mensalidades mantiveram-se praticamente inalteradas ao longo dos últimos anos, mesmo com a inflação a subir de forma constante. Em comparação com os serviços de streaming de vídeo, como a Netflix, as subscrições musicais continuam a ser significativamente mais acessíveis.
Este movimento acontece num momento em que as receitas globais da música mostram sinais de desaceleração. Dados da IFPI revelam que o crescimento do setor caiu para metade no último ano. Para enfrentar este cenário, as grandes editoras têm promovido o conceito de “Streaming 2.0”, que propõe novas formas de monetização, entre elas a criação de subscrições premium mais caras e recheadas de benefícios exclusivos.
O que pode mudar para ti
As propostas em estudo apontam para a introdução de novas vantagens dirigidas aos utilizadores que optem pelos níveis de subscrição mais elevados. Entre as possibilidades discutidas estão o acesso antecipado a novos lançamentos de artistas e a prioridade na compra de bilhetes para concertos.
Além disso, o Spotify analisa ainda a hipótese de lançar um nível “super-premium”, que, segundo informações anteriores, poderia representar um custo adicional significativo em relação ao plano base. Embora ainda não haja confirmação oficial, estima-se que a diferença de preço possa rondar os 6 euros extra, baseando-se em dados do mercado norte-americano.
Também outros serviços como Apple Music, Amazon Music e YouTube Music estão a preparar as suas próprias ofertas melhoradas, embora os detalhes ainda sejam escassos.
A reação dos utilizadores será fundamental para o sucesso desta estratégia. Como refere o analista Mark Mulligan, da Midia Research, tudo dependerá da capacidade das plataformas em apresentar vantagens concretas e apelativas que justifiquem o investimento extra.
O aumento de preços surge num momento favorável para o Spotify, com a empresa a registar uma duplicação do valor das suas ações no último ano, sinal claro da confiança do mercado na sustentabilidade do seu modelo de negócio. Se és subscritor, prepara-te para algumas mudanças já nos próximos meses.
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