A Xiaomi está prestes a agitar o mercado de processadores para smartphones com o anúncio do seu primeiro chip de topo de gama, o Xring 01. A fabricante chinesa junta-se assim a um grupo restrito de empresas como Apple, Google, Huawei e Samsung, que desenvolvem os seus próprios componentes centrais. As primeiras informações sobre o Xring 01, que será lançado ainda este mês, são promissoras e indicam que poderá desafiar diretamente os gigantes estabelecidos.
Os detalhes técnicos do Xring 01 da Xiaomi
Na semana passada, o CEO da Xiaomi, Lei Jun, revelou oficialmente o Xring 01, o primeiro processador de elite concebido internamente pela marca. Recentemente, surgiram mais pormenores sobre este ambicioso projeto. O Xring 01 foi desenvolvido utilizando a arquitetura da ARM e é fabricado pela TSMC, recorrendo ao seu processo de fabrico de 3 nanómetros (nm) de segunda geração. Este é um detalhe técnico importante, pois processos de fabrico mais avançados geralmente traduzem-se em maior eficiência energética e desempenho.
O desenvolvimento do Xring 01 estendeu-se por quatro anos, implicando um investimento em investigação e desenvolvimento que ronda os 13,5 mil milhões de dólares. A equipa dedicada ao desenvolvimento de processadores na empresa conta, alegadamente, com mais de 2.500 pessoas. O resultado é um processador que, segundo consta, integra mais de 19 mil milhões de transístores, um número que reflete a sua complexidade e potencial.
É importante notar que, embora o Xring 01 seja o primeiro processador flagship da Xiaomi, não é a primeira vez que a empresa se aventura no design de chips. Em 2017, a Xiaomi lançou o Surge S1, um processador de entrada de gama que equipou o Mi 5C. Posteriormente, anunciou o Surge S2 na Mobile World Congress de 2018, que se esperava que estreasse no Mi 6X. Contudo, esses planos foram abandonados e o Mi 6X acabou por utilizar um processador Snapdragon 660 da Qualcomm.

Desempenho que promete desafiar os líderes de mercado
As expectativas em torno do Xring 01 são elevadas, especialmente no que toca ao desempenho. Testes de benchmark que foram divulgados não oficialmente indicam que o novo processador da Xiaomi atinge 3.119 pontos no teste de desempenho de núcleo único do Geekbench 6 e uns impressionantes 9.673 pontos no teste de múltiplos núcleos. Estes resultados colocam-no ao nível do Snapdragon 8 Elite, o processador mais rápido da Qualcomm até à data, superando o que muitos analistas inicialmente previam.
Mais significativo ainda é o facto de o Xring 01 ser, alegadamente, mais rápido que o Exynos 2400 da Samsung. O Exynos 2400, lançado no ano passado e fabricado num processo de 4nm, é o processador para smartphones mais rápido alguma vez lançado pela empresa sul-coreana.
A fonte original do conteúdo considera uma “pena” que a Xiaomi tenha conseguido alcançar um patamar que a Samsung, com a sua vasta experiência, ainda não atingiu com os seus processadores Exynos em termos de competição direta com os melhores da Qualcomm e, agora, da própria Xiaomi neste segmento de 3nm.
O panorama da Samsung e a corrida pelos 3nm
A comparação com a Samsung é particularmente relevante. Havia rumores de que a Samsung lançaria este ano o Exynos 2500, um processador de 3nm, com a série Galaxy S25. Este chip era internamente conhecido como “Dream Chip”, mas o seu lançamento não se concretizou, alegadamente devido a uma baixa taxa de sucesso na produção (yield) do processo de 3nm da Samsung Foundry.
Agora, novos rumores sugerem que o Exynos 2500 poderá finalmente estrear-se com o Galaxy Z Flip 7 em julho, mas ainda não há confirmação oficial. Enquanto isso, a Xiaomi parece ter dado um passo em frente. Espera-se que a Samsung consiga lançar um processador de topo de 3nm no próximo ano para a série Galaxy S26, de forma a manter-se competitiva neste mercado cada vez mais cerrado.
O Xring 01 da Xiaomi, por sua vez, prepara-se para competir com o futuro Exynos 2600 da Samsung, prometendo aquecer ainda mais a disputa pela supremacia no desempenho móvel.
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