Uma equipe de cientistas do Observatório Europeu do Sul (ESO) conseguiu, pela primeira vez, fotografar uma linha de neve num sistema planetário novo e ainda em formação. O feito inédito, publicado na revista Science Express, foi possível graças ao telescópio ALMA situado no deserto do Atacama, Chile, e que atualmente ocupa o posto de maior telescópio do mundo.
A linha de neve foi identificada no disco que envolve a TW Hydrae, uma estrela anã situada há aproximadamente 175 anos-luz de distância e que tem massa e idade próximas à do nosso Sol. Linhas de neve formam-se e são claramente visíveis em grandes altitudes, onde a humidade do ar transforma-se em neve.
O ALMA colhe dados do Universo em ondas milimétricas e submilimétricas e até então, as linhas de neve não haviam sido necessariamente fotografadas. Para confirmar a existência de neve na TW Hydrae, a equipe de astrônomos não procurou a neve em si. Eles procuraram por uma molécula chamada diazenylium, que pode ser melhor observada por um telescópio e é destruída quando na presença de monóxido de carbono gasoso. Logo a molécula de diazenylium é visível em quantidade considerável apenas em locais onde o monóxido de carbono já se transformou em neve.
Ainda segundo a publicação, linhas de neve podem ser importantes na formação dos planetas e representam uma descoberta que pode ensinar-nos mais sobre o nosso Sistema Solar e sobre como ele surgiu.
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