Uma equipe internacional de pesquisadores desenvolveu um aparelho compacto capaz de diagnosticar a infecção por malária através da detecção de subprodutos do metabolismo do protozoário Plasmodium no sangue.
A malária humana é típica dos climas tropical e subtropical, nos quais o mosquito Anopheles, vetor da doença, prospera. As fêmeas dos mosquitos de gênero Anopheles se alimentam de sangue e podem picar um indivíduo infectado com protozoários do gênero Plasmodium, que se reproduzem e se posicionam nas glândulas salivares dos mosquitos, sendo transferidos para o próximo humano hospedeiro pela picada. (Outras formas de contaminação incluem as transfusões de sangue contaminado, compartilhamento de seringas infectadas e a transferência pela placenta.) Entre os sintomas da malária incluem-se febre alta, dor de cabeça e dores no corpo.
Como não há vacina para a malária, existe a necessidade de um diagnóstico rápido para que o paciente, que frequentemente habita regiões remotas, receba tratamento contínuo e eficaz. No entanto, os equipamentos que realizam exames convencionais nem sempre chegam a essas regiões e se baseiam na observação do Plasmodium com o auxílio de um microscópio, o que requer a presença de um especialista e está sujeito a erro humano.
O novo aparato, descrito na edição de 31 de agosto do periódico Nature Medicine, emprega a técnica conhecida como relaxometria por ressonância magnética (MRR, sigla em inglês) para captar o sinal magnético emitido pela hemozoína, um subproduto da atividade metabólica do protozoário no sangue que resulta da digestão de células de hemoglobina (glóbulos vermelhos) por parte do Plasmodium neste meio.
De acordo com os criadores, são necessários apenas 10 microlitros (0,01 ml) de sangue para que o aparelho — testado em células humanas infectadas in vitro pela espécie Plasmodium falciparum e em ratos infectados pelo P. berghei — diagnostique a doença. Ademais, a MRR detecta o P. falciparum quando sua concentração no sangue é de dez células infectadas por microlitro, em contraste com a convencional técnica de microscopia que, por sua vez, pode captar a presença do parasita em concentrações de, no mínimo, 50 células infectadas por microlitro.
Make It Clear Brasil
Um apoio ao livre pensamento e a um entendimento do mundo baseado em evidências
Comentários